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CPI mista da Petrobras terá relatório paralelo

Na expectativa de um relatório final "chapa branca", parlamentares da oposição preparam um contra-ataque


	CPI da Petrobras: nesse documento alternativo sobre as investigações não está descartada a possibilidade de se pedir o indiciamento de Dilma
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

CPI da Petrobras: nesse documento alternativo sobre as investigações não está descartada a possibilidade de se pedir o indiciamento de Dilma (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 09h19.

Brasília - Na expectativa de um relatório final "chapa branca" da CPI mista da Petrobras, a ser divulgado quarta-feira pelo deputado Marco Maia (PT-RS), parlamentares da oposição preparam um contra-ataque: a apresentação de um texto paralelo mais crítico ao trabalho da comissão.

Segundo o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, nesse documento alternativo sobre as investigações não está descartada a possibilidade de se pedir o indiciamento da presidente Dilma Rousseff pelo escândalo de corrupção que envolve a maior estatal do País.

A oposição não tem votos suficientes para aprovar seu relatório. A intenção dos oposicionistas é mostrar que o governo barrou o avanço das apurações, iniciadas oficialmente em maio, e impediu que envolvidos e empreiteiras se tornassem alvos de convocações e quebras de sigilo.

Eles devem adotar o discurso de que, por serem minoria e não terem o controle do comando da CPI, ficaram a reboque da blindagem do Palácio do Planalto.

O PSDB e o DEM incumbiram o deputado tucano Carlos Sampaio (SP), ex-coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves, de apresentar relatório paralelo. Outro está sendo feito pelo PPS.

Sem surpresa

Até o momento, Marco Maia não tornou público o relatório que vai apresentar. Integrantes da base aliada acreditam que o texto não trará qualquer surpresa para o Planalto - a expectativa de todos é que, como o conteúdo das delações premiadas da Operação Lava Jato não foi remetido oficialmente à comissão, não pode constar do texto final.

O relatório de Maia vai explorar os quatro eixos de criação da CPI, entre eles o da refinaria de Pasadena, nos EUA. Deve também sugerir mudanças legislativas referentes à Petrobras.

Em março, Dilma disse ao jornal O Estado de S.Paulo que se baseou em um parecer "juridicamente falho" do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró para aprovar em 2006 a compra de metade da refinaria.

Na época, ela presidia o Conselho de Administração da Petrobras. O Tribunal de Contas da União isentou o conselho de responsabilidade pelos prejuízos de US$ 792 milhões com a operação.

"O posicionamento da oposição será mais contundente", avisou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

O líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), disse que a oposição já articula nova CPI mista para o ano que vem, a fim de ir adiante na investigação.

Nos cálculos oposicionistas, a CPI mista só ajudou a manter o assunto no noticiário.

O ponto alto dos trabalhos, afirmam, foi a quebra do sigilo de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e a acareação entre os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.

"O Congresso foi protagonista secundário. A CPI mista deixou a desejar", concluiu Mendonça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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