CPI do BNDES aprova relatório sem pedido para indiciar Lula e Dilma
Oposição tentou atrasar votação enquanto deputados do PSDB e do PSL defenderam reincluir ex-presidentes; hoje é o prazo final para conclusão dos trabalhos
João Pedro Caleiro
Publicado em 22 de outubro de 2019 às 16h12.
Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 16h27.
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES aprovou há pouco o texto-base do relatório final do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ).
O texto foi votado após três horas e meia de reunião. Ainda falta votar os destaques que podem alterar pontos do texto.
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Nas primeiras horas de reunião, a oposição tentou atrasar a votação do relatório, enquanto deputados do PSDB e do PSL defenderam a reinclusão dos nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff no relatório.
O líder do PT, Paulo Pimenta (RS), encaminhou favoravelmente ao relatório com alterações por meio de destaques. O PSDB encaminhou contrariamente ao texto.
O parecer de Côrtes chegou a pedir o indiciamento dos ex-presidentes, mas, em busca de acordo, o relator retirou os dois nomes e de outras nove pessoas.
A CPI apurou possíveis irregularidades nos contratos internacionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no período dos governos petistas, de 2003 a 2015. Hoje é o prazo final para conclusão dos trabalhos da comissão, que já foi prorrogada por uma vez, por 60 dias.
Reinclusão de nomes
Entre os parlamentares que defenderam a reinclusão dos nomes de Lula e Dilma no relatório estão o presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), e os deputados Sanderson (PSL-RS) e Paula Belmonte (Cidadania-DF), por exemplo. Macris disse que o relatório original foi esvaziado e que vai encaminhar ao Ministério Público da União os resultados.
O texto do relator incrimina os grupos empresariais Odebrecht e seus responsáveis, Emílio e Marcelo Odebrecht; e J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. Além disso, pede o indiciamento de ex-ministros, ex-presidentes do BNDES, servidores públicos e funcionários do banco.
Nos últimos anos, esta é a terceira CPI que tenta apurar possíveis irregularidades no BNDES. As outras duas, uma da Câmara (2016) e uma do Senado (2018), não chegaram a resultados concretos.