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CPI da Petrobras vai pedir ratreamento de contas no exterior

A comissão vai pedir o rastreamento das movimentações bancárias no exterior dos executivos do grupo Schahin


	CPI da Petrobras: a empresa americana Kroll vai rastrear as contas e movimentações no exterior
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

CPI da Petrobras: a empresa americana Kroll vai rastrear as contas e movimentações no exterior (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 00h10.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras vai pedir o rastreamento das movimentações bancárias no exterior dos executivos do grupo Schahin.

Amparados por habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), os cinco executivos convocados para prestar depoimentos hoje (27) permaneceram em silêncio, se recusando a responder às perguntas dos deputados durante as cerca de 5 horas de reunião da comissão.

Contratada pela comissão, a empresa norte-americana Kroll vai rastrear as contas e movimentações no exterior, informou o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

“Temos uma reunião amanhã [28], mas acredito que diante dos fatos levantados poderemos pedir que a Kroll possa ajudar na constatação dos fatos levantados”, disse ele.

O silêncio dos executivos frustrou as expectativas dos parlamentares, que esperavam ter mais informações sobre o esquema de cartel e pagamento de propinas em contratos da Petrobras. Para o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-SP), mesmo tendo sido convocados como testemunhas e não como acusados, o silêncio dos executivos – Carlos Eduardo Schahin, Milton Toufic Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin e Pedro Henrique Schahin – não ajudou nas investigações.

“Quando a pessoa chega à CPI e opta por ficar em silêncio ela frustra um pouco. No caso de hoje, o Grupo Schahin, que é um conglomerado com muitas empresas no Brasil e no exterior, eles poderiam colaborar, contribuir. Essa tática não acrescenta nada para os nossos trabalhos. Muitos questionamentos ficam sem esclarecimento e isso frustra um pouco”, lamentou o relator.

O Grupo Schahin firmou contratos com a Petrobras. Uma das empresas do grupo, a Schahin Engenharia, fechou o arrendamento de cinco navios-sonda e foi apontada como uma das integrantes do cartel de empresas que combinava o resultado das licitações nos contratos com a estatal. No início do ano, a Petrobras rescindiu os contratos, e em seguida a empresa entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial.

“Temos indícios de que os executivos têm milhões de dólares em contas no exterior”, disse o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), e enumerou contas de bancos em diversos países que, segundo ele, somam depósitos de R$ 500 milhões.

“Uma organização familiar criminosa, que se instalou no Brasil para fazer isso. Com mais de 200 empresas no Brasil, mais de dez fora do Brasil, com mais de U$ 500 milhões de dólares declarados que, em um acinte à Justiça, ainda faz um pedido de recuperação judicial. Uma vergonha”, segundo o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA).

A reunião de hoje, da CPI, também adiou o depoimento marcado para o dia 2 de junho do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, apontado como coordenador do cartel de empreiteiras, que atuava na Petrobras. Alegando que o acordo de delação premiada de Pessoa ainda não foi concluído, os advogados do empresário pediram adiamento do depoimento.

O presidente da CPI decidiu esperar até o dia 10 de junho para reavaliar a data do depoimento do empresário.

Amanhã (28), a CPI da Petrobras tem agendados os depoimentos de dois executivos ligados à construtora OAS: José Ricardo Nogueira Brechirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira. A empresa é acusada de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

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