CPI da Covid ouve ex-ministro Nelson Teich nesta quarta
Senadores querem saber o porquê de ele ter deixado a pasta com menos de um mês à frente do cargo
Alessandra Azevedo
Publicado em 5 de maio de 2021 às 06h00.
A Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) que apura ações e possíveis omissões do governo durante a pandemia de Covid-19 ouve nesta quarta-feira, 5, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich. Sucessor de Luiz Henrique Mandetta, ele esteve à frente da pasta por menos de um mês, entre 17 de abril e 15 de maio de 2020.
O depoimento de Teich, segundo da comissão, estava marcado para terça-feira, 4, mas os senadores resolveram remarcar para quarta, depois que o ex-ministro Eduardo Pazuello avisou que não poderia comparecer na quarta por ter se encontrado com pessoas com suspeita de covid-19.
Teich será questionado sobre o porquê de ter deixado o ministério depois de apenas 29 dias no cargo. Senadores afirmam que é importante saber se a saída tem a ver com a insistência de Bolsonaro em ir contra medidas de isolamento social e com as recomendações do uso de cloroquina mesmo sem eficácia comprovada, da qual Teich, assim como Mandetta, discordava.
"Quanto ao Teich, cujo período foi muito curto, vamos procurar entender o seu processo de condução do ministério da Saúde e possíveis razões para sua saída precoce", afirmou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE). A expectativa é que o depoimento de Teich seja bastante técnico, já que ele, ao contrário de Mandetta, ouvido terça, não tem pretensões políticas.
Também são esperadas perguntas sobre a procura por vacinas contra a covid-19. Teich será questionado a respeito do posicionamento e das iniciativas do ministério em relação à imunização. Quando ele era ministro, os testes clínicos em humanos estavam começando a ser feitos e já havia expectativa para contratos com farmacêuticas dentro de poucos meses.
Em algumas ocasiões, nos últimos meses, o ex-ministro adotou uma postura crítica ao governo Bolsonaro. Em uma entrevista à CNN Brasil, Teich afirmou que o presidente "deixou clara a posição" e "não quer ser uma liderança na vacinação da covid-19 no Brasil".
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