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Bruno Covas cria comitê para priorizar ações para viadutos e pontes de SP

O Comitê será responsável por "coordenar medidas preventivas ou reparadoras, administrativas e judiciais" dos viadutos e pontes da cidade

O viaduto cedeu mais 5 milímetros da noite deste domingo, 18, para a manhã de segunda, 19 (Reprodução/YouTube)

O viaduto cedeu mais 5 milímetros da noite deste domingo, 18, para a manhã de segunda, 19 (Reprodução/YouTube)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de novembro de 2018 às 12h30.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, criou um comitê de crise para priorizar ações de emergência relativas ao viaduto que cedeu na Marginal do Pinheiros perto do Parque Villa-Lobos e da Ponte do Jaguaré, na zona oeste.

Entre as medidas, estão a possibilidade de remanejamento de recursos orçamentários para projetos, ações e iniciativas para manutenção da segurança e estabilidade das pontes e dos viadutos da capital paulista.

A criação do comitê foi oficializada em decreto publicado no Diário Oficial da Cidade desta terça-feira, 20. O texto retroage para ações tomadas desde o dia 15 de novembro.

O decreto diz que "o impacto e a gravidade dos efeitos decorrentes da interdição" do viaduto na região do Jaguaré justificam a criação em caráter emergencial do grupo de trabalho para monitoramento da situação.

Coordenado pelo prefeito, o grupo envolve, além do chefe de gabinete, outros 9 secretários e o procurador geral do município, Guilherme Bueno de Camargo.

O Comitê será responsável por "coordenar medidas preventivas ou reparadoras, administrativas e judiciais" para manter a segurança e a estabilidade das pontes e dos viadutos da cidade.

O documento determina que ações para manutenção das estruturas terão regime especial de atendimento prioritário. "Os processos administrativos receberão identificação própria e destacada que evidencie sua tramitação prioritária no âmbito municipal", explica o documento. "As providências a cargo dos órgãos ou entidades municipais deverão ser adotadas no prazo de até 15 dias."

Interdição

Com o objetivo de evitar congestionamentos, a Prefeitura de São Paulo liberou nesta segunda-feira, 19, à tarde dois trechos, que somam 10 quilômetros, da pista expressa da Marginal do Pinheiros. Vinte quilômetros da via haviam sido interditados após o viaduto ceder.

Os trechos liberados da Marginal são entre as pontes Estaiada e a Eusébio Matoso e entre as pontes João Dias e a Estaiada - a liberação não é contínua. A suspensão do rodízio de veículos vale entre a Avenida Bandeirantes, na zona sul, e a Ponte dos Remédios, na região oeste.

A Prefeitura espera liberar mais quatro quilômetros da via expressa nos próximos dias. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Marginal do Pinheiros recebe 1,5 mil veículos por faixa a cada hora.

Com o final do feriado prolongado hoje, o grande teste das medidas adotadas será nesta quarta-feira, 21. A lentidão nesta segunda ficou acima da média das 12 horas até 16 horas.

Viaduto cedeu mais 5 milímetros

Da noite deste domingo, 18, para a manhã de segunda, 19, o viaduto cedeu mais 5 milímetros, segundo o secretário municipal de Infraestrutura e Obras, Vitor Aly. "Está tudo sob controle e estamos monitorando a estrutura." Além do escoramento do viaduto que cedeu, os técnicos fizeram uma "janela" para dar acesso à parte interna da estrutura e avaliá-la melhor.

Estão sendo instaladas dez estacas de sustentação na seção do viaduto danificado para sustentá-lo. Duas já foram instaladas, e a terceira começou a ser fixada nesta segunda. Depois, a Prefeitura usará macacos hidráulicos para montar um pilar de sustentação provisório. Só depois é que vai ser definida como será a obra de reparo e quanto tempo deve durar. A Prefeitura busca agora o projeto original do viaduto, erguido na década de 1970 pelo governo do Estado.

"Não temos muito otimismo em relação a isso porque uns anos atrás, o arquivo sofreu um incêndio e não sabemos se a documentação ainda existe. Já entramos em contato com a viúva do professor (Walter de Almeida) Braga, que fez o projeto, e também estamos entrando em contato com a Companhia Brasileira de Projetos e Obras, que executou a obra", afirmou o secretário Vitor Aly. "Sem isso (o projeto original), vamos ter de reconstruir o viaduto."

Só trecho não terá rodízio

A suspensão do rodízio municipal de veículos, determinada pela Prefeitura após o viaduto ceder, valerá apenas para o trecho da Marginal do Pinheiros entre a Avenida dos Bandeirantes e a Ponte dos Remédios, no sentido Castelo Branco.

"A liberação do rodízio não tem como objetivo liberar a circulação dos carros pela cidade, mas facilitar a saída da área de rodízio", afirmou o secretário municipal de Transportes, João Octaviano Neto. Sem a medida, de acordo com ele, os motoristas que já trafegam normalmente pela região deverão enfrentar mais trânsito e seriam multados. "(A suspensão) não é para induzir o uso da Marginal Pinheiros na hora do rodízio."

Desrespeitar o rodízio é infração de trânsito de nível médio, resultando em multa de R$ 130,16 e acréscimo de quatro pontos na carteira de habilitação.

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