Dimas Covas alerta para colapso na saúde e diz que internações caem só em junho
Com uma quantidade restrita de vacinas e pouca preocupação com medidas de isolamento social, situação em Manaus e Araraquara pode se repetir, diz diretor do Instituto Butantan
Carla Aranha
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 09h32.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 09h41.
Sem uma quantidade de vacinas o suficiente para imunizar toda a população mais vulnerável nos próximos meses, a taxa de internações hospitalares por causa da Covid-19 só deve começar a diminuir a partir de maio ou junho, segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Covas também frisou, em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira, dia 26, que o país precisa encontrar maneiras para diminuir a circulação do vírus e das variantes que estão surgindo a fim de evitar um colapso no sistema de saúde. Covas voltou a lembrar que o uso de máscaras é fundamental, assim como o distanciamento social.
"Se o Brasil não agir rapidamente, pode se atingido negativamente de forma maior do que na primeira onda. Araraquara, Manaus, já está acontecendo e pode se repetir. Vírus pode atingir um grande número de pessoas e lotar nossas UTIs", afirmou.
Em várias cidades do interior de São Paulo e outros estados, os hospitais já estão com 100% de lotação nas unidades de terapia intensiva. A capital paulista segue pelo mesmo caminho. Hospitais privados de referência como o Sírio Libanês e Albert Einstein estão operando com taxas de ocupação superiores a 90% nos leitos de enfermaria e UTI. Na Grande São Paulo, cidades como São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e Mauá registram mais de 90% de lotação no sistema de saúde.
A região de Campinas também vive uma crise sem precedentes na saúde, com 100% de lotação dos leitos de UTI na rede pública. A cidade, onde foram identificados 35 pacientes com a variante do coronavírus, já estuda a transferência de pacientes para municípios próximos.
Covas também disse que é preciso um esforço maior para a aquisição de mais vacinas."O Brasil precisa de mais vacinas. Outras vacinas contratadas pelo Ministério da Saúde poderiam ter mais participação, aí sim poderíamos ter vacinação mais rápida e cobrir, principalmente, a população acima de 60 anos", afirmou.