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Corte de gastos põe Brasil em rota sustentável

Economista Celso Grisi diz que novo governo deveria extinguir ministérios dispensáveis para gastar menos

Mantega anunciou nesta terça-feira que cortes nos gastos do governo estão previstos para 2011 (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 14h43.

São Paulo - Na segunda-feira (6/12) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que um corte nos gastos de custeio do governo está previsto para o primeiro ano do governo Dilma. Na opinião do economista Celso Grisi, diretor-presidente do instituto Fractal e professor da Faculdade de Economia da USP, se for consistente, o ajuste fiscal será a "prova cabal de que o Brasil está na rota da sustentabilidade de seu crescimento econômico."

O momento é oportuno para se falar em revisão das despesas públicas. O câmbio valorizado, a alta da inflação e a conseqüente impossibilidade de baixar os juros são algumas das principais dores de cabeça da equipe econômica do governo. Para o professor Grisi, boa parte destes problemas é solucionada com uma estratégia séria de contenção de despesas.

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Ele explica que se o Brasil conseguir manter um superávit nominal, ou seja, gastar menos do que arrecada, incluindo o pagamento dos juros, terá margem para reduzir a taxa básica de juros da economia. Isso porque, atualmente, uma das maiores pressões de demanda, que eleva os índices de inflação, vem dos gastos do governo.

"Um programa de redução de gastos somado às medidas de contenção do crédito abre espaço para baixar a taxa Selic", diz Grisi, referindo-se à elevação do compulsório anunciada pelo Banco Central na sexta-feira (3/12). Com uma taxa de juros menos atrativa, a entrada de dólares no país também seria menor, ajudando a amenizar a trajetória de valorização do real.

Ministérios dispensáveis

O problema é que Guido Mantega contou apenas o milagre. Sem citar alvos específicos do enxugamento nas contas públicas, ele se limitou a dizer que nenhum ministério ficará de fora. Para Celso Grisi, o governo deveria reduzir o número de ministérios, e cortar - de forma seletiva - os recursos repassados aos que permanecerão.

"O governo tem que manter as despesas com educação, saúde e gastos sociais. Em contrapartida, pode reduzir o repasse aos ministérios do Planejamento, das Minas e Energia e da Agricultura, que já tem grandes reservas. Também poderia fechar o ministério da Pesca, que não faz o menor sentido. Ele pode passar para a administração da Agricultura", diz.

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