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Corrida para aprovar hoje MPs volta a opor governo e Congresso

Chegam a seu prazo final nesta segunda-feira, 3, cinco Medidas Provisórias (MPs) que precisam ser aprovadas pelo Congresso para não perderem a validade

Congresso: ganham força entre os parlamentares projetos para restringir o número de Medidas Provisórias que podem ser apresentadas pelo presidente (Pedro França/Agência Senado)
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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2019 às 05h39.

Última atualização em 3 de junho de 2019 às 05h58.

O relógio está correndo para o governo. Chegam a seu prazo final nesta segunda-feira, 3, cinco Medidas Provisórias (MPs) que precisam ser aprovadas pelo Congresso para não perderem a validade.

O Senado realiza hoje uma sessão extraordinária para tentar votar algumas dessas MPs. Uma Medida Provisória é uma ordem executiva do presidente que entra em vigor imediatamente pelo prazo de 120 dias. Para continuar funcionando depois deste período, precisa ser aprovada pelo Congresso.

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Duas medidas devem ser apreciadas na sessão, segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP): a MP 871/2019, que cria um programa de revisão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e a MP 872/2019, que estende prazo para pagamento de gratificações a servidores requisitados pela Advocacia-Geral da União.

As outras MPs que vencem hoje devem ser deixadas de lado e vão caducar. Uma delas é a medida que poderia facilitar a participação do setor privado nos serviços de saneamento (MP 868/2018), que nem sequer chegou ao Senado. Algumas das MPs apreciadas pelo Congresso neste ano ainda são remanescentes do governo Temer, como a própria MP do saneamento. Já o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já editou 14 MPs próprias desde que assumiu.

As Medidas Provisórias vêm sendo motivo de discórdia entre Bolsonaro e o Congresso. Uma série de MPs caducou em maio sem conseguir ser votada, e as que foram aprovadas passaram às pressas e em meio a polêmicas, como a MP da reforma administrativa, que diminuiu o número de ministérios, mas deixou o Coaf no Ministério da Economia — contrariando o governo, que queria que o órgão de controle de operações fiscais fosse para o Ministério da Justiça, do ministro Sergio Moro.

Nesse cenário, ganham força propostas que restringiriam o número de MPs. Tramita atualmente no Senado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabeleceria um teto de cinco MPs por ano para o presidente. O texto conseguiu a proeza de juntar direita e esquerda, tendo sido apresentado em abril pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo deste domingo aponta que o tema é uma das prioridades do Congresso para 2019. A mudança forçaria os próximos presidentes a enviarem seus textos como projetos de lei, que têm tramitação mais demorada. Ver MPs sendo votadas às pressas e ganhando prioridade na pauta para não caducarem é rotina no Brasil. Alterar esse modelo daria mais poder ao parlamento. Seria mais um recado dos congressistas para o presidente Jair Bolsonaro, que na semana passada, em encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que tinha o “poder” da caneta. O Congresso quer lhe limitar a tinta.

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