Energia elétrica: bandeira de escassez hídrica acaba no sábado, dia 16 (Leandro Fonseca/Exame)
Carla Aranha
Publicado em 14 de abril de 2022 às 06h00.
Última atualização em 14 de abril de 2022 às 07h04.
A bandeira tarifária de escassez hídrica, instituída em setembro do ano passado, deixará de ser cobrada a partir deste sábado, dia 16. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o fim do valor adicional deverá possibilitar uma redução de cerca de 20% na conta de energia.
Há seis meses, em meio a um cenário de seca, entrou em vigor a tarifa especial, que estabelece o valor de 14,20 reais a cada 100 kWh consumidos. Na ocasião, o país precisou acionar as usinas termelétricas, de custo mais alto. Com a volta das chuvas, os reservatórios encheram e as hidrelétricas voltaram a operar normalmente. O reservatório da usina de Furnas, um dos maiores do país, terminou o mês de março com mais de 80% seu volume útil.
Especialistas discutem, no entanto, se o fim da bandeira de escassez hídrica de fato trará um alívio representativo para os consumidores. Para este, ano, já estão previstos reajustes das distribuidoras da ordem de 15%. E em 2021 houve uma série de aumentos da conta da luz que, somados, chegaram a 21,21%.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) prevê uma ligeira redução no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) em maio em função da redução da conta de luz. Em conjunto com a desaceleração do câmbio e uma esperada redução do custo do petróleo, a expectativa é que haja uma deflação de 0,2% em maio. O movimento, no entanto, é visto como pontual. Na visão da agência classificadora de risco Austin Rating, isso não deverá ser suficiente para mudar a trajetória de alta da inflação.