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Construtoras recebem da União R$ 2,5 bilhões ao ano

Em dez anos, as nove construtoras envolvidas nas investigações da Lava Jato receberam R$ 11,4 bilhões

Construção: antes de 2012, os pagamentos não ultrapassavam R$ 1 bilhão por ano (Paulo Fridman/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 08h10.

São Paulo - Em dez anos, as nove construtoras envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato receberam R$ 11,4 bilhões em recursos federais. É o que mostra levantamento da ONG Contas Abertas, com base em dados do Portal da Transparência.

Os valores se referem apenas a pagamentos realizados pela administração pública direta, formada pelos diversos ministérios, e abrange parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Não estão na conta as concessões, os investimentos a cargo das empresas estatais, nem os empreendimentos que o governo toca em parceria com o setor privado, como é o caso das grandes hidrelétricas como Jirau, Santo Antônio e Belo Monte.

Os números mostram que, no governo Dilma Rousseff, os pagamentos às construtoras atingiram a casa dos R$ 2,5 bilhões ao ano, a partir de 2012.

Antes disso, não ultrapassavam R$ 1 bilhão anual. Essa evolução pode ter relação com o prazo de maturação de grandes obras do PAC, avalia o secretário-geral da organização, Gil Castello Branco.

"Nesse momento, faz-se necessário investigar não apenas as irregularidades dessas empreiteiras com a Petrobras, mas também com as demais empresas estatais, bem como conexões com o Orçamento Geral da União, inclusive as obras do PAC", defendeu.

"Diante das informações oferecidas pelos delatores e dos valores envolvidos, é possível imaginarmos outras repercussões fora do âmbito da Petrobras."

Em outro levantamento, a ONG mapeou 11 empreendimentos do PAC na área de energia que têm a participação de alguma das nove construtoras como responsável pelo empreendimento. Dessas, 10 ainda estão em etapa preparatória. Por isso, ainda não há valor determinado para elas.

Para ele, é necessário passar um "pente fino" nos financiamentos que essas empresas tenham recebido de órgãos do governo, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Pesquisa (Finep).

"Chama a atenção que construtoras estejam recebendo recursos a fundo perdido da Finep", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
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