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Consórcio descarta risco imediato de racionar água em SP

O redirecionamento de parte do abastecimento na Grande São Paulo será eficiente em afastar um risco imediato de corte, na avaliação de especialistas

Trabalhador da Sabesp caminha no chão rachado de represa: o redirecionamento eleva os custos com energia, já que a concessionária terá de bombear águas de sistemas mais distantes (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 08h23.

São Paulo - Na avaliação de especialistas do setor, o redirecionamento de parte do abastecimento na Grande São Paulo será eficiente em afastar um risco imediato de corte no abastecimento.

"O sistema de abastecimento de São Paulo é, quase todo, interligado, o que permite essa troca. Como na região do Sistema Alto Tietê tem aparentemente chovido mais, tudo indica que a empresa vai compensar essa redução de retirada de água do sistema equivalente (Sistema Cantareira) com o Tietê", explicou José Cezar Saad, coordenador de projetos do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - o Consórcio PCJ, entidade que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

"Com isso, o impacto desse corte sobre o abastecimento de água na Grande São Paulo não deve ser muito grande", completou. Ainda de acordo com Saad, a redução na vazão de captação ficou abaixo do esperado pelo Consórcio, que pede para que o volume de retirada da Sabesp fique limitado à vazão primária estabelecida pela outorga, de 24,8 metros cúbicos por segundo.

Para o professor do departamento de Engenharia Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Rubem Porto, a Sabesp ainda teria uma alternativa antes de adotar um rodízio no abastecimento de água.

"Além do bônus para quem economiza, a empresa pode instituir um sistema de multas para os consumidores que excederem o gasto. De forma geral, o racionamento é sempre a última medida da qual se lança mão."

Impacto financeiro.

O redirecionamento de parte do abastecimento afasta o risco de um racionamento imediato, mas eleva os custos com energia elétrica, uma vez que a concessionária terá de bombear águas de sistemas mais distantes.

No primeiro trimestre do ano passado, a Sabesp teve uma despesa de R$ 145 milhões com energia elétrica.

No entanto, apesar do investimento emergencial e do aumento dos gastos com energia elétrica, o principal temor dos analistas continua a ser a possibilidade de um racionamento.

Segundo as estimativas do mercado, um corte no abastecimento de água provocaria um impacto negativo sobre o resultado da Sabesp superior ao das medidas adotadas até então.

Procurados pelo Broadcast Político, serviço do Grupo Estado, os analistas Francisco Navarrete, Tatiane Shibata e Arthur Pereira, do Brasil Plural, calculam uma queda de 11% a 38% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da concessionária em 2014 no caso de um racionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Na avaliação de especialistas do setor, o redirecionamento de parte do abastecimento na Grande São Paulo será eficiente em afastar um risco imediato de corte no abastecimento.

"O sistema de abastecimento de São Paulo é, quase todo, interligado, o que permite essa troca. Como na região do Sistema Alto Tietê tem aparentemente chovido mais, tudo indica que a empresa vai compensar essa redução de retirada de água do sistema equivalente (Sistema Cantareira) com o Tietê", explicou José Cezar Saad, coordenador de projetos do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - o Consórcio PCJ, entidade que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

"Com isso, o impacto desse corte sobre o abastecimento de água na Grande São Paulo não deve ser muito grande", completou. Ainda de acordo com Saad, a redução na vazão de captação ficou abaixo do esperado pelo Consórcio, que pede para que o volume de retirada da Sabesp fique limitado à vazão primária estabelecida pela outorga, de 24,8 metros cúbicos por segundo.

Para o professor do departamento de Engenharia Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Rubem Porto, a Sabesp ainda teria uma alternativa antes de adotar um rodízio no abastecimento de água.

"Além do bônus para quem economiza, a empresa pode instituir um sistema de multas para os consumidores que excederem o gasto. De forma geral, o racionamento é sempre a última medida da qual se lança mão."

Impacto financeiro.

O redirecionamento de parte do abastecimento afasta o risco de um racionamento imediato, mas eleva os custos com energia elétrica, uma vez que a concessionária terá de bombear águas de sistemas mais distantes.

No primeiro trimestre do ano passado, a Sabesp teve uma despesa de R$ 145 milhões com energia elétrica.

No entanto, apesar do investimento emergencial e do aumento dos gastos com energia elétrica, o principal temor dos analistas continua a ser a possibilidade de um racionamento.

Segundo as estimativas do mercado, um corte no abastecimento de água provocaria um impacto negativo sobre o resultado da Sabesp superior ao das medidas adotadas até então.

Procurados pelo Broadcast Político, serviço do Grupo Estado, os analistas Francisco Navarrete, Tatiane Shibata e Arthur Pereira, do Brasil Plural, calculam uma queda de 11% a 38% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da concessionária em 2014 no caso de um racionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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