Conselho de Ética adia decisão sobre processo contra Jean Wyllys
Durante a votação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em abril do ano passado, o parlamentar do PSOL cuspiu no deputado Jair Bolsonaro
Agência Brasil
Publicado em 29 de março de 2017 às 17h48.
Última atualização em 29 de março de 2017 às 17h56.
A votação do parecer do deputado Ricardo Izar (PP-SP) sobre a representação contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara foi adiada para a quarta-feira (5).
A mudança ocorreu em função do início da Ordem do Dia no plenário da Câmara.
No parecer, Izar propõe a suspensão do exercício do mandato do parlamentar por quatro meses.
Jean Wyllys responde a processo no Conselho de Ética em função de representação movida contra ele pela Mesa Diretora da Câmara.
Durante a votação do pedido de admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no plenário da Câmara, em abril do ano passado, o parlamentar do PSOL cuspiu no também deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Durante o processo no conselho, Jean Wyllys justificou o gesto e disse que apenas reagiu aos insultos de Bolsonaro, que o teria chamado de "queima rosca", "bichinha" e "veadinho", entre outros termos homofóbicos.
A defesa de Wyllys considera que o processo no conselho está sendo pautado por "disputas ideológicas".
No início da reunião, deputados integrantes do conselho iniciaram a discussão do parecer do relator, quando o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) sugeriu a diminuição da pena de suspensão das prerrogativas parlamentares (com proibição para discurso em plenário e designação como relator, por exemplo) contra Wyllys para dois meses.
"Não há dúvida de que o cuspe foi atitude atentatória ao decoro, mas a punição é muito dura", disse Marcos Rogério.
Outro que pediu mudanças no parecer do relator visando à diminuição da penalidade contra Wyllys foi o próprio presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA).
Segundo ele, o ano passado foi muito conturbado para o Parlamento e para o Brasil e, por isso, os ânimos estiveram muito acirrados.
"[Agora] estamos iniciando um novo período".
Além dos pedidos para o abrandamento da punição, os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Leo de Brito (PT-AC) apresentaram votos em separado em que sugerem a aplicação de pena de advertência verbal e o arquivamento do processo, respectivamente.