Congresso tem de investigar contratos da CBF, diz Romário
O deputado acredita que explicações precisam ser dadas sobre o motivo pelo qual uma empresa num paraíso fiscal foi usada como agente de contrato
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2015 às 13h23.
Genebra - O senador Romário quer que o Congresso examine os contratos secretos da CBF , especialmente no que se refere ao envolvimento de empresas que operam a partir de paraísos fiscais em acordos com a seleção brasileira. Sua ideia é a de convocar uma audiência pública no Senado para colocar pressão sobre a entidade.
No fim de semana, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou com exclusividade os acordos da CBF. Nos documentos, de novembro de 2011, o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira cedeu para a empresa ISE os direitos exclusivos dos amistosos do Brasil até 2022.
Mas, no endereço fixado pela ISE no contrato, a indicação é apenas uma caixa postal na cidade de Grand Cayman, no paraíso fiscal, e fora do controle do Fisco.
Quem de fato controla a empresa é o grupo DAG, um dos maiores do Oriente Médio e com bancos espalhados por vários países. A assinatura no contrato é de Mohyedin Saleh Kamel, um dos diretores da DAG. Em nota emitida no domingo, a CBF explica que não cabe a ela definir onde deve ser a sede da ISE e que, de fato, os investidores fazem parte do grupo DAG.
Romário, porém, estima que explicações precisam ser dadas sobre o motivo pelo qual uma empresa num paraíso fiscal foi usada como agente do contrato. O Bom Senso F.C. também cobrou transparência da CBF. A entidade, porém, indica que tem todas suas contas no Brasil.
"Estas transações milionárias, com empresas de fachada em paraísos fiscais, como mostra o jornal (Estado), são feitas longe dos olhos da Receita Federal", alertou Romário em sua página no Facebook. "Ou seja, evasão de divisas e sonegação fiscal. Uma quadrilha camuflada pelas cores da nossa bandeira, pelo nosso patrimônio cultural e solenemente festejada ao som do Hino Nacional", denunciou.
"Não há alternativa, ou esses caras são presos, ou eles continuarão sugando o futebol brasileiro como sanguessugas até sua morte definitiva. O que já não está muito longe", completou o ex-jogador.
A ISE é a mesma que assinou um outro contrato com o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, por serviços durante os jogos da seleção, conforme o "O Estado de S. Paulo" revelou em 2013.
Nesse caso, empresas de fachada também foram registradas nos endereços estabelecidos pelos contratos. No total, a ISE transferiria para as empresas de Rosell um total de US$ 8 milhões, supostamente por trabalhos de marketing e assessoramento.
Se a ISE tem sua sede legal nas Ilhas Cayman, a empresa de Rosell estava sediada em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Mas o endereço é um serviço que aluga salas de reuniões e uma caixa postal a quem contrata a empresa. Ou seja, a empresa também não existia.
A própria DAG e a ISE fazem parte de suspeitas. Num outro informe interno da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC) sobre suspeita de pagamento de propinas no futebol, o nome de Mohyendin Kamel e da própria ISE aparecem como os principais responsáveis.
A auditoria indicou que a ISE era suspeita de ter pago, em operação de lavagem de dinheiro, US$ 14 milhões a Mohamed Bin Hammam, ex-candidato à presidência da Fifa, suspenso por denúncias de que tentou comprar votos. Bin Hammam, do Catar, teve o apoio de Ricardo Teixeira na votação para a Fifa.
Genebra - O senador Romário quer que o Congresso examine os contratos secretos da CBF , especialmente no que se refere ao envolvimento de empresas que operam a partir de paraísos fiscais em acordos com a seleção brasileira. Sua ideia é a de convocar uma audiência pública no Senado para colocar pressão sobre a entidade.
No fim de semana, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou com exclusividade os acordos da CBF. Nos documentos, de novembro de 2011, o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira cedeu para a empresa ISE os direitos exclusivos dos amistosos do Brasil até 2022.
Mas, no endereço fixado pela ISE no contrato, a indicação é apenas uma caixa postal na cidade de Grand Cayman, no paraíso fiscal, e fora do controle do Fisco.
Quem de fato controla a empresa é o grupo DAG, um dos maiores do Oriente Médio e com bancos espalhados por vários países. A assinatura no contrato é de Mohyedin Saleh Kamel, um dos diretores da DAG. Em nota emitida no domingo, a CBF explica que não cabe a ela definir onde deve ser a sede da ISE e que, de fato, os investidores fazem parte do grupo DAG.
Romário, porém, estima que explicações precisam ser dadas sobre o motivo pelo qual uma empresa num paraíso fiscal foi usada como agente do contrato. O Bom Senso F.C. também cobrou transparência da CBF. A entidade, porém, indica que tem todas suas contas no Brasil.
"Estas transações milionárias, com empresas de fachada em paraísos fiscais, como mostra o jornal (Estado), são feitas longe dos olhos da Receita Federal", alertou Romário em sua página no Facebook. "Ou seja, evasão de divisas e sonegação fiscal. Uma quadrilha camuflada pelas cores da nossa bandeira, pelo nosso patrimônio cultural e solenemente festejada ao som do Hino Nacional", denunciou.
"Não há alternativa, ou esses caras são presos, ou eles continuarão sugando o futebol brasileiro como sanguessugas até sua morte definitiva. O que já não está muito longe", completou o ex-jogador.
A ISE é a mesma que assinou um outro contrato com o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, por serviços durante os jogos da seleção, conforme o "O Estado de S. Paulo" revelou em 2013.
Nesse caso, empresas de fachada também foram registradas nos endereços estabelecidos pelos contratos. No total, a ISE transferiria para as empresas de Rosell um total de US$ 8 milhões, supostamente por trabalhos de marketing e assessoramento.
Se a ISE tem sua sede legal nas Ilhas Cayman, a empresa de Rosell estava sediada em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Mas o endereço é um serviço que aluga salas de reuniões e uma caixa postal a quem contrata a empresa. Ou seja, a empresa também não existia.
A própria DAG e a ISE fazem parte de suspeitas. Num outro informe interno da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC) sobre suspeita de pagamento de propinas no futebol, o nome de Mohyendin Kamel e da própria ISE aparecem como os principais responsáveis.
A auditoria indicou que a ISE era suspeita de ter pago, em operação de lavagem de dinheiro, US$ 14 milhões a Mohamed Bin Hammam, ex-candidato à presidência da Fifa, suspenso por denúncias de que tentou comprar votos. Bin Hammam, do Catar, teve o apoio de Ricardo Teixeira na votação para a Fifa.