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Congestionamentos atingem 36% da população, diz Ipea

Pesquisa mostrou que o transporte mais usado no Brasil é o ônibus; trânsito é maior no Sul e Sudeste

Engarrafamento na Marginal Tiete: Ipea defende investimentos em transporte público (ALMEIDA ROCHA /Folha Imagem)
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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 17h24.

São Paulo - Os congestionamentos atingem a 36,5% da população brasileira. Desse total, 20,5% da população ficam presas no trânsito mais de uma vez por por dia, enquanto que 16% enfrentam um engarrafamento por dia. Já aquelas que nunca ficam paradas são 31%, segundo dados divulgados hoje (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A pesquisa do Ipea Sistema de Indicadores de Percepção Social: Mobilidade Urbana mostra que no Nordeste e no Centro -Oeste a população não enfrenta trânsito pesado. As regiões onde as pessoas ficam mais tempo no congestionamento são o Sul (21,9%) e o Sudeste (21,6%).

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O transporte público, principalmente o ônibus, é o meio de locomoção mais usado nas cidades, com 44% dos brasileiros se locomovendo dessa forma. O segundo veículo mais usado é o carro, com 23,8%, seguido pela motocicleta com 12,6%.

O levantamento feito com 2.770 famílias constatou que 12,3% se locomovem a pé. De acordo com o estudo, 26,3% da população não usam nenhum tipo de integração no transporte pela falta de existência do sistema em sua cidade, 27,5% não usam transporte integrado, apesar de existir; 33,2% usam integração entre ônibus e 4,9% usam ônibus e metrô.

A rapidez é o fator que mais influencia o usuário na escolha de seu meio de transporte, segundo 32,7% dos entrevistados, seguido do preço (14,8%), do conhecimento do usuário do tipo de transporte (10,5%), da facilidade de utilização (8,3%) e do horário adequado à necessidade do usuário (5,7%).

O estudo indica também que 19,8% da população acha o transporte público muito ruim, 19,2% consideram ruim, 31,3% regular , 26,1% bom e 2,9% muito bom.

Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, o resultado da pesquisa indica uma discrepância de avaliação do transporte público brasileiro porque a população de menor renda, e que depende mais desse transporte, o valoriza mais, enquanto os de maior renda tendem a valorizar mais o transporte individual.

“A pesquisa demonstra que há espaço para a construção de políticas para a redução do custo do transporte nas despesas familiares. O transporte representa hoje a segunda despesa mais alta no orçamento das famílias. Ações que possam reduzir o peso do custo do transporte seriam um ganho de renda para as famílias”.

Pochmann disse que o país deveria dar ênfase ao transporte público. “Em países desenvolvidos o principal meio de transporte é o coletivo. Isso pressupõe investimentos em infraestrutura de grande magnitude e uma articulação do setor público com o privado, porque sem esse esforço vamos ter cidades com maior quantidade de automóveis que implicará em congestionamentos mais amplos do que já temos, o que implica maior perda de produtividade e maior tempo da vida comprometido no deslocamento”.

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