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Do nordeste à Presidência: a marcante trajetória de Lula em dez datas

Da miséria do nordeste ao planalto, passando pela liderança das greves de operários contra a ditadura, Lula pode terminar história atrás das grades

Lula: caso do "Mensalão" e Operação Lava Jato foram os principais obstáculos do ex-presidente nos últimos anos (Lula/Facebook/Divulgação)

Lula: caso do "Mensalão" e Operação Lava Jato foram os principais obstáculos do ex-presidente nos últimos anos (Lula/Facebook/Divulgação)

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AFP

Publicado em 5 de abril de 2018 às 06h05.

Última atualização em 5 de abril de 2018 às 08h36.

A vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi marcada de reviravoltas imprevisíveis, a última na madrugada desta quinta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal negou um habeas corpus, abrindo caminho para sua prisão.

Da miséria do nordeste à Presidência do Brasil, passando pela liderança das greves de operários contra a ditadura militar, Lula pode acabar sua trajetória extraordinária atrás das grades, por acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.

Confira as principais datas que marcaram sua vida:

- 27 outubro de 1945: nasce em uma família de agricultores pobres em Caetés, interior de Pernambuco. Assim como outros retirantes, sua família saiu dali quando ele tem sete anos, rumo a São Paulo, para fugir da fome.

- 1975: torna-se presidente do sindicato dos metalúrgicos, representando colegas da profissão que exerce desde os 14 anos.

- 1978-80: lidera as grandes greves na região industrial paulista, em plena ditadura (1964-1985). É preso durante 31 dias.

- 1980: cofundador do Partido dos Trabalhadores (PT). Participa, em 1983, da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

- 1º janeiro de 2003: torna-se o primeiro presidente brasileiro de origem operária. É reeleito em 2006. Graças a seus programas sociais, 29 milhões de brasileiros saem da miséria, apesar de o país permanecer muito desigual.

- 2005: decapita a direção do PT depois dos escândalos de corrupção do 'Mensalão'.

- Março de 2016: no dia 4, o juiz federal de primeira instância Sérgio Moro, de Curitiba, determina levar Lula a prestar depoimento em condução coercitiva, no âmbito das investigações da Operação 'Lava Jato' sobre um esquema de corrupção montado na Petrobras. Residências de pessoas vinculadas a Lula são revistadas. No dia 17, o juiz federal do Distrito Federal Itagiba Catta Preta Neto suspende a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, ainda na Presidência, sob o pretexto de que sua entrada no governo só visava a assegurar-lhe o foro privilegiado, protegendo-o da Justiça comum. O juiz diz ter agido para preservar a harmonia entre os poderes, evitando interferências no Judiciário.

- 12 de julho de 2017: o juiz Moro condena Lula a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter se beneficiado de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, oferecido pela empreiteira OAS, investigada na 'Lava Jato', em troca de mediação para obter contratos na Petrobras.

- 24 de janeiro de 2018: o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), um tribunal de segunda instância, confirma a sentença e eleva a pena a doze anos e um mês de reclusão. Em 26 de março, rejeita as últimas objeções apresentadas pela defesa de Lula.

- 5 de abril de 2018: O Supremo Tribunal Federal (STF) nega o habeas corpus preventivo que permitiria a Lula recorrer em liberdade nas máximas instâncias judiciais do país (terceira instância e o próprio STF) de sua pena de doze anos e um mês de prisão.

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