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Concessionária do metrô tenta impedir até panfletagem

O recurso, no entanto, foi negado na segunda-feira, 10, pela juíza Monica Lima Pereira, da 2.ª Vara Cível do Fórum Regional do Butantã


	A intenção da empresa é que, inclusive, haja proibição de "panfletagem, discursos e shows ou piquetes nas proximidades das estações" administradas por ela
 (EXAME)

A intenção da empresa é que, inclusive, haja proibição de "panfletagem, discursos e shows ou piquetes nas proximidades das estações" administradas por ela (EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 15h56.

São Paulo - A concessionária que administra a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo entrou com um pedido na Justiça para tentar impedir manifestações contra o aumento da tarifa perto de suas dependências. A intenção da empresa é que, inclusive, haja proibição de "panfletagem, discursos e shows ou piquetes nas proximidades das estações" administradas por ela.

Protocolado na última sexta-feira, 7, o interdito proibitório é direcionado à Associação Cultural Alquimídia, ONG situada em Santa Catarina. O objetivo, no entanto, era atingir o Movimento Passe Livre (MPL), que organiza os atos para criticar o aumento do preço da passagem. O recurso, no entanto, foi negado na segunda-feira, 10, pela juíza Monica Lima Pereira, da 2.ª Vara Cível do Fórum Regional do Butantã.

Em sua decisão, a magistrada explicou que a documentação levantada pela ViaQuatro "não revela qualquer relação da Associação Cultural Alquimídia com os graves transtornos decorrentes das manifestações ocorridas em 6 de junho", primeiro dia dos protestos na cidade.

A ONG, fundada em 2002 para dar apoio tecnológico a movimentos culturais e sociais, afirma que não tem nenhum vínculo com o MPL. "A gente só fez o registro do domínio do Passe Livre na internet, há muitos anos. O pessoal do movimento nos procurou na época, quando ainda não existiam redes sociais, Twitter, Facebook, essas coisas, para conseguirem hospedar o site", diz o diretor Associação Cultural Alquimídia, Thiago Skárnio, de 34 anos.

De acordo com ele, já foi enviado um pedido para que o MPL transfira o domínio de seu site na internet. "Não temos nada a ver com o que está acontecendo, mas, se posso dar minha opinião, não tinham que se preocupar sobre onde estão fazendo o movimento e sim por que estão fazendo."

Em sua decisão, a juíza disse que o endereço eletrônico apontado pela concessionária ViaQuatro não é do Movimento Passe Livre, "a respeito do qual não foram apresentadas informações precisas". A ViaQuatro também não "demonstrou que os manifestantes tenham qualquer vinculação com a requerida Associação Cultural Alquimídia".

Exagero

Para o MPL, a medida da ViaQuatro é exagerada, já que rua é um lugar público. "É uma tentativa de criminalizar o movimento. O direito é uma forma que eles usam para tentar intimidar, mas nós vamos continuar protestando até a tarifa baixar", disse um dos militantes do movimento, Marcelo Hotimsky, de 19 anos. "Se podem parar a Marginal para fazer a Fórmula Indy, por que não podemos pará-la para reivindicar a redução do preço da tarifa?"

A tarifa dos ônibus municipais de São Paulo, do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) subiu de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2.

Um novo protesto está marcado para as 17h desta quinta-feira, 13, em frente ao Teatro Municipal, no centro.

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