Fumaça após explosões na capital da Ucrânia, Kiev. (Chris McGrath/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 17h27.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 17h31.
Os descendentes de ucranianos que vivem no Brasil condenaram a invasão do país por parte da Rússia. Nas palavras de Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, o conflito é contra a humanidade. “A Ucrânia já vive em guerra desde 2014, em que 14 mil ucranianos morreram. Nós sabemos como é a vocação imperialista russa. A agressão militar atinge toda a humanidade”, disse Sorotiuk, que vive em Curitiba, capital do Paraná.
Segundo Sorotiuk, em conversas com pessoas que estão na Ucrânia, há relatos de diversos bombardeios, principalmente em pontos de infraestrutura do país, como pontes e aeroportos. A Representação Central Ucraniano Brasileira está se mobilizando para reunir ajuda humanitária para enviar ao leste da Europa. Além disso, a entidade está em contato com os órgãos oficiais brasileiros para saber como ajudar os parentes e amigos que estão no meio do conflito.
Estima-se que quase 600 mil descendentes de ucranianos vivam no Brasil, sendo a maior parte localizada no Paraná. Em Prudentópolis, a 200 quilômetros da capital paranaense, dois terços da população têm origem no país do leste europeu e é considerada a cidade mais ucraniana do Brasil.
A entidade que Sorotiuk preside representa 11 instituições culturais e religiosas dos descendentes de ucranianos. “A agressão é militar, política e cultural. Forças militares atacam a Ucrânia em todo o seu território. Politicamente busca negar a existência do próprio estado nação ucraniano e culturalmente é a negação de nossa língua, religiosidade, tradições e modo de ser”, disse.
A comunidade ucraniana ainda convocou os descendentes e amigos a se reunirem nas igrejas neste domingo, 27, e na próxima quarta-feira, 2 de março, para rezarem em solidariedade ao povo ucraniano.
Após quatro meses de negociações, a Rússia invadiu a Ucrânia nesta quinta-feira, 24. A ação militar veio logo depois do presidente russo, Vladmir Putin, reconhecer as regiões de Luhansk e Donestsk, na Ucrânia, como autônomas e falar em ação para estabilizar a paz.
Apesar de Putin dizer que só ficaria nas regiões separatistas, vários mísseis foram disparados contra alvos em toda a Ucrânia, incluindo regiões mais a oeste, próximo à Polônia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o ataque e convocou uma nova região de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Vários líderes da União Europeia também condenaram a invasão russa ao território ucraniano, dizendo inclusive que é o momento mais sombrio da Europa desde a Segunda Guerra.