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Comparação entre Doria e Trump é equivocada, diz Alckmin

O Washington Post classificou o prefeito como o "Trump brasileiro", pelos dois serem empresários e novatos na política

Doria: Alckmin ressaltou que Doria é filiado ao PSDB há mais de dez anos e tem experiência na administração pública e privada (Facebook/Divulgação)

Doria: Alckmin ressaltou que Doria é filiado ao PSDB há mais de dez anos e tem experiência na administração pública e privada (Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 17h32.

Nova York, 10 - O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse a jornalistas, em Nova York, onde está para apresentar programas de concessões de rodovias estaduais, que a comparação entre o prefeito eleito de São Paulo, João Doria, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é equivocada.

Recentemente, o Washington Post classificou o prefeito de São Paulo como o "Donald Trump brasileiro", pelo fato de os dois terem apresentado o reality show "O Aprendiz", os dois serem empresários e novatos na política.

"São comparações equivocadas, a começar pelos partidos", disse Alckmin.

Alckmin ressaltou que Doria é filiado ao PSDB há mais de dez anos e tem experiência na administração pública e privada, embora nunca tenha sido candidato.

"A mensagem que podemos ter dos eleitores no Brasil é a busca da nova política, que é mais focada no gestor, no administrador, nos resultados, e menos falatório", disse ele, destacando que São Paulo nunca foi uma capital política, mas sim de empreendedores.

A avaliação sobre as recentes eleições municipais no Brasil, disse o governador aos jornalistas, é que marcaram uma "virada de página". O Partido dos Trabalhadores e aliados perderam municípios, enquanto o PSDB conquistou vários, disse ele.

Ainda sobre a inesperada vitória de Trump, Alckmin disse que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil, portanto, a economia brasileira é mais uma solução para os norte-americanos do que um problema.

O governador ressaltou ainda que o Brasil tem mercado atrativo para os norte-americanos, escala, além de empresas do País terem aumentado investimentos nos EUA. Eleição é eleição, precisamos respeitar os resultados, disse o governador.

"O Brasil tem história de cooperação com os EUA e esperamos que ela continue", disse Alckmin, destacando ainda que é preciso aguardar a posse de Trump para ver qual será a linha de seu governo.

"A primeira palavra foi no sentido da conciliação", ressaltou, destacando o discurso do republicano após a vitória nas eleições, em que pediu que os norte-americanos se unam para melhorar o país.

Temer

O governador prevê que o Brasil volte a crescer em 2017 e afirmou que este é o momento certo para fazer reformas, por ser início do governo de Michel Temer e o peemedebista ter apoio no Congresso.

A notícia positiva do Brasil é que a inflação começou a cair, o que vai permitir a queda dos juros e o aquecimento da economia e as reformas.

"Este é o momento (para reformas), porque é o início de governo no Brasil. Este é o ambiente político, porque quem teve dois terços de votos para o impeachment, tem maioria para fazer as reformas", afirmou o governador a jornalistas.

É preciso agora um esforço de convencimento da população sobre a necessidade das reformas, disse Alckmin. "Cabe a todos nós explicar a necessidade e o benefício do coletivo, no sentido de o País retomar a atividade econômica", afirmou, destacando que o Brasil não pode continuar com 12 milhões de desempregados.

"O Brasil precisa de infraestrutura, redução de custos, melhorar produtividade, competitividade", ressaltou Alckmin.

Alckmin chegou aos EUA nesta quarta-feira, 9, e teve reuniões em Washington, incluindo um conversa no Banco Mundial.

Nesta quinta-feira, ele tem uma série de encontros em Nova York, que começou com um café da manhã reservado com investidores no Council of the Americas e terá ainda uma reunião na Blackrock, a maior gestora de recursos do mundo.

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