Outdoor Social: a meta é alcançar o mínimo de 1.000 outdoors, de marcas como O Boticário e Tim (Igor Alexander/Cria Brasil/Outdoor Social/Divulgação)
André Martins
Publicado em 15 de abril de 2021 às 16h42.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 18h06.
Desde o início da pandemia, empresas, ONGs e a sociedade civil fizeram doações para auxiliar a população mais atingida pela crise sanitária e econômica. Segundo o Monitor das Doações Covid-19, organizado pela Associação Brasileira dos Captadores de Recursos (ABCR), as doações já totalizaram 6,5 bilhões de reais.
Porém, no início deste ano, momento mais crítico da pandemia, o volume de doações não está acompanhando o avanço da doença no país e estagnou.
Nesse cenário, líderes comunitários, ONGs e pessoas envolvidas com as favelas mobilizam alternativas para ajudar quem precisa.
O Outdoor Social, negócio que foi criado para conectar marcas com o público das favelas e aquecer a economia local, iniciou em 2012 uma iniciativa onde o morador recebe para tornar o muro de sua casa um outdoor para anúncios publicitários, fazendo com que a população local tenha contato com as marcas.
“É uma forma de mostrar ao mundo o poder de consumo da região e possibilitar uma renda extra aos expositores, que são domiciliados locais”, explica Emilia Rabello, fundadora do Outdoor Social, pioneiro no segmento em favelas.
Agora, com o intuito de amenizar os impactos socioeconômicos nas favelas com a estagnação das doações no momento mais grave da pandemia, o Outdoor anunciou que destinará cestas básicas para o G10, bloco das 10 maiores favelas do Brasil, a cada painel de publicidade instalado nas comunidades durantes os meses de abril e maio.
A meta é alcançar o mínimo de 1.000 outdoors, de marcas como O Boticário e Tim. Desde o início do projeto, a empresa já imprimiu 77.617 painéis impressos, em 6.200 comunidades, auxiliando mais de 30.000 famílias. Entre os clientes há marcas como Coca-Cola, Itaú, Bradesco, P&G, Basf, Oi, Claro, Enel e Havaianas. Além disso, o morador se associa a marcas que ele realmente acredita e usa.
“Estamos em uma situação crítica com o agravamento da pandemia e precisamos nos mobilizar. Só na primeira semana, conseguimos entregar 268 cestas e esperamos distribuir ainda mais rapidamente. Com essas doações, queremos atravessar juntos o momento de crise e inspirar outros líderes empresariais a destinarem parte do lucro à entrega social”, conta Emilia.
Acreditando na soma de esforços para atender as necessidades da sociedade, Emilia reforça o potencial que as comunidades têm. “As favelas brasileiras possuem um enorme potencial cultural, intelectual e econômico. Por isso, precisamos seguir somando esforços para garantir as ferramentas de pleno desenvolvimento dessas populações e alavancar a economia do país”, finaliza.
Em estudo de 2019 do próprio Outdoor Social, foi visto que o potencial de consumo das 10 favelas do G10 é de 7,7 bilhões de reais.