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Como a tecnologia pode tornar a gestão de saúde mais eficiente no Brasil

Durante o Café EXAME Saúde, especialistas mostraram exemplos práticos de ferramentas que já estão ajudando a melhorar a saúde no país

Da esquerda para direita: Roberto Caetano, redator-chefe de Exame, Luiza Mattos, Fábio Tiepolo e Paulo Chapchap (Flávio Moret/Exame)

Da esquerda para direita: Roberto Caetano, redator-chefe de Exame, Luiza Mattos, Fábio Tiepolo e Paulo Chapchap (Flávio Moret/Exame)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 10 de julho de 2018 às 15h28.

Última atualização em 10 de julho de 2018 às 19h48.

São Paulo – Com o envelhecimento da população brasileira caminhando a passos largos, não faltam desafios para as empresas, e futuros governantes, quando o assunto é saúde. Afinal, ainda que viver mais seja uma vitória, o país ainda engatinha em termos de gestão eficiente –  e é a tecnologia que pode destravar esse problema.

Médicos, especialistas e empresários em saúde discutiram sobre como o uso de ferramentas e softwares podem gerar mais eficiência e reduzir custos no setor durante o Café EXAME Saúde, que aconteceu nesta terça-feira (10), em São Paulo.

Um dos exemplos vem da rede de laboratórios Alliar, que criou uma estratégia para reduzir um problema dos exames de ressonância magnética: a exposição desnecessária de funcionários à radiação e a necessidade de um profissional para cada paciente.

Em 2015, a rede de laboratórios criou centrais à distância onde 35 técnicos programam as máquinas e se comunicam com os pacientes por meio de microfones e câmeras. Com a adoção da tecnologia, os pedidos de repetição do exame caíram 35% e a rede conseguiu reduzir o número de técnicos em um terço. Os detalhes dessa operação você lê na edição especial de EXAME sobre saúde.

O caminho para ampliar oportunidades como essa, segundo Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, é educar o indivíduo sobre essas mudanças. “Estão chegando tecnologias que vão diminuir custos de aplicação da medicina tradicional e podem ampliar o acesso de saúde à população”, diz. “Mas, antes de tudo, é preciso fazer uma curadoria para que os brasileiros confiem nessas plataformas”.

Nesse campo, Luiza Mattos, sócia da área de saúde da consultoria Bain & Company, ressalta que além de experimentos internos e pontuais, as empresas precisam oferecer experiências para o paciente.

É o caso dos aplicativos para acompanhamento de diabéticos, que ajudam as pessoas a controlar a alimentação, enviam uma série de informações e, por consequência, fazem cair o número de internações por descontrole – hoje, a doença atinge cerca de 9% dos brasileiros.

Para evitar que o paciente recorra logo de cara ao hospital, algumas empresas também têm apostado no atendimento domiciliar. A startup Docway é uma delas. A empresa oferece uma plataforma que permite o agendamento de consultas e exames na casa dos pacientes.  

Segundo Fábio Tiepolo, fundador e CEO da empresa, mais 100 mil brasileiros e quatro mil médicos estão cadastrados na plataforma. “Temos uma base de dados que hoje nos permite mapear onde o saneamento básico, por exemplo, é melhor ou pior. Assim já é possível reduzir custos, pensar em gestão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, afirma.

O Brasil precisa se adaptar (e rápido) à realidade do envelhecimento da população. Mas o caminho para viver mais e melhor já está aí.

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