Comissão ouve Montezano, do BNDES, em meio a dúvidas sobre ajuste
Crédito para pequenas empresas e pacote de socorro às companhias aéreas para atenuar os efeitos da pandemia estarão na pauta
EXAME Hoje
Publicado em 16 de junho de 2020 às 06h57.
Última atualização em 16 de junho de 2020 às 06h59.
O final de semana foi de tensão com o anúncio da saída de Mansueto Almeida, secretário do Tesouro e fiador do ajuste fiscal. O nome do seu substituto, Bruno Funchal, um técnico da pasta, ajudou a acalmar os ânimos, mas há tensões de fundo cujo resultado ainda é incerto, como o desfecho da crise política.
Nesta terça-feira (16), no entanto, o foco estará voltado para Gustavo Montezano , que está próximo de completar um ano como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ele será ouvido às 10 horas pela comissão mista do Congresso, formada por seis deputados e seis senadores, que monitora o cenário fiscal e orçamentário relacionado com as medidas emergenciais de combate aos efeitos do novo coronavírus.
O BNDES é peça relevante em vários eixos. Entre eles, o financiamento da folha de pagamento e a liberação de crédito de capital de giro para pequenas e médias empresas, que tem sido criticada pela baixa velocidade e efetividade em fazer com que os recursos cheguem na ponta. Outro pilar é o financiamento da área de saúde, de forma a ampliar o número de leitos e outros equipamentos necessários no momento.
Outro tema quente da audiência deve ser o pacote de resgate das empresas aéreas, entre as mais afetadas pela crise. Na sexta-feira (12), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o programa de socorro do BNDES já estava sendo desenhado e envolveria uma parceria com o mercado e os bancos privados.
Por enquanto, a atuação do BNDES tem sido relativamente contida para evitar repetir o superdimensionamento em reação à crise de 2008 e que contribuiu para a crise fiscal a partir de 2014. Mas segundos os críticos, o banco está pecando por não mobilizar todo seu potencial na mais grave crise econômica em um século pela pandemia do coronavírus. Era justamente a hora de o banco se movimentar, dizem os críticos do governo. Com a palavra, Montezano.