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Comissão do Orçamento adia para próxima semana escolha de comando

O pedido do senador Romero Jucá é mais uma tentativa para se resolver o impasse referente à participação dos senadores peemedebistas no colegiado

O controle da comissão é de grande importância para o governo Michel Temer, uma vez que é por lá que passam o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 (Adriano Machado/Reuters)

O controle da comissão é de grande importância para o governo Michel Temer, uma vez que é por lá que passam o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de abril de 2017 às 17h21.

Brasília - A pedido do presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), a Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou para a próxima terça-feira a eleição do comando dos trabalhos, em mais uma tentativa para se resolver o impasse referente à participação dos senadores peemedebistas no colegiado.

O controle da comissão é de grande importância para o governo Michel Temer, uma vez que é por lá que passam o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018, que o governo encaminhará ao Congresso nos próximos dias e aumentará o déficit para 129 bilhões de reais, e o do orçamento do próximo ano.

Jucá conversou por telefone com Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), senador que, por ser o mais antigo da comissão, iria conduzir nesta terça-feira a eleição do presidente e do relator do orçamento.

O presidente do PMDB solicitou a Valadares que adiasse a reunião a fim de conseguir um acordo para a escolha dos senadores do partido que vão integrar a comissão. Alegou ter sido surpreendido com a decisão da quinta-feira passada, do líder peemedebista, Renan Calheiros (AL), de retirar a indicação dos três titulares e três suplentes que caberiam ao PMDB do Senado no colegiado.

Pelo rodízio entre Câmara e Senado, a presidência e relatoria de orçamento são alternados a cada ano pelas duas Casas.

Desta vez, cabe ao PMDB do Senado a presidência da comissão --o nome mais cotado era de Rose de Freitas (ES), que fez críticas à forma de condução da liderança por Renan. O cargo de relator ficaria com o PP da Câmara, cujo nome mais forte é de um adversário de Renan em Alagoas, o deputado Arthur Lira.

Nos bastidores, contudo, Renan tenta quebrar a tradição que dá à maior bancada o cargo de relator --o PP lidera um bloco com o maior número de deputados na Câmara-- para um deputado do PSDB.

Valadares anunciou na abertura da reunião da CMO ter recebido o contato de Jucá e, favorável a ouvir os demais integrantes da comissão, decidiu suspender a escolha para a próxima semana. O senador do PSB é a favor de manter a tradição e que o PP fique com a relatoria do orçamento.

"Esta é a minha opinião e espero que seja consagrada na próxima eleição", disse Valadares. "Sem dúvida alguma que o bom entendimento entre as diversas bancadas da Câmara e do Senado é o ponto inicial para que possamos ter um bom trabalho para o Brasil", avaliou.

O senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur Lira e outro desafeto de Renan, também defendeu o acordo. "Se não houver entendimento, nada será aprovado aqui na base da força, da imposição", advertiu.

Ao final, os deputados e senadores presentes concordaram em adiar a escolha dos novos dirigentes da comissão.

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