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Comissão de Ética impõe censura ética a Fernando Segovia

Segovia foi demitido em um dos primeiros atos de Raul Jungmann ao assumir o ministério Extraordinário da Segurança, no dia 27 de fevereiro

Segovia: a censura foi por conta de suas declarações a respeito da tendência pelo arquivamento de um inquérito contra Temer (Ueslei Marcelino/ Reuters/Reuters)

Segovia: a censura foi por conta de suas declarações a respeito da tendência pelo arquivamento de um inquérito contra Temer (Ueslei Marcelino/ Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de março de 2018 às 21h02.

Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu impor uma censura ética ao ex-diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, por conta de suas declarações a respeito da tendência pelo arquivamento de um inquérito contra o presidente Michel Temer relacionado ao chamado Decreto dos Portos.

De acordo com nota da Comissão, a punição tem em vista a "ocorrência de infração ao Código de Conduta da Alta Administração Federal", já que ele não poderia se manifestar sobre investigação policial ainda em curso. A censura ética é considerada pela comissão como uma "mancha no currículo" do servidor, mas não possui outras implicações administrativas.

Segovia foi demitido em um dos primeiros atos de Raul Jungmann ao assumir o ministério Extraordinário da Segurança, no dia 27 de fevereiro. O delegado foi substituído por Rogério Galloro, que já havia ocupado o cargo de diretor executivo, uma espécie de número dois da corporação, na gestão de Leandro Daiello, antecessor de Segovia no cargo.

A nomeação de Segovia, em novembro passado, foi cercada de desconfiança e atribuída à indicação de emedebistas investigados. Nos poucos mais de três meses que ficou à frente da PF, acumulou episódios polêmicos.

Logo na posse, afirmou que só uma mala de dinheiro não era suficiente para provar crime de corrupção no caso envolvendo a mala de R$ 500 mil recebida pelo ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.

A principal polêmica, porém, foi a entrevista à agência Reuters, na véspera do carnaval, na qual indicou a tendência pelo arquivamento de um inquérito contra Temer relacionado ao chamado Decreto dos Portos.

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