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Comissão da Câmara aprova prorrogação da DRU até 2023

O mecanismo, que permite o uso livre de parte da arrecadação de impostos e contribuições, vence em 31 de dezembro deste ano

Câmara dos Deputados: estimativa do Planalto é que a desvinculação deste ano chegaria a R$ 121,7 bilhões (Maryanna Oliveira/ Câmara dos Deputados)
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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2015 às 15h36.

Brasília - Quase cinco horas depois de várias tentativas de adiamento da votação, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputado s aprovou hoje (4), em votação simbólica, seguida de verificação de votos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 4/2015, que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023. Foram 44 votos a favor e 6 contra.

O mecanismo, que permite o uso livre de parte da arrecadação de impostos e contribuições, vence em 31 de dezembro deste ano. Para que o prazo seja estendido, a proposta ainda precisa passar por uma comissão especial na Casa.

A estimativa do Planalto é que a desvinculação deste ano chegaria a R$ 121,7 bilhões.

Durante a reunião, depois de vários adiamentos, a proposta sofreu críticas e vários requerimentos foram votados para tentar adiar novamente a decisão sobre a DRU.

As resistências ao texto concentraram-se em pontos como o aumento da porcentagem de recursos a serem desvinculados.

Atualmente, o Executivo pode usar livremente 20% de todos os impostos e contribuições federais, mas quer elevar para 30% a fatia de recursos a ser usada livremente.

O deputado Danilo Forte (PSB-CE), que já foi relator da Lei Orçamentária Anual ( LOA ) em 2014, considerou "esdrúxula" a pretensão

Deputados favoráveis à aprovação da proposta lembraram que o texto ainda será analisado por uma comissão especial que será constituída.

À CCJ cabe apenas analisar a admissibilidade do texto. Em seu parecer, o relator da matéria, Marcos Rogério (PDT-RO), considerou a prorrogação legal e não mexeu sequer na elevação do percentual da DRU.

A única alteração foi tirar do texto a previsão de que a porcentagem recaia também sobre fundos constitucionais de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, para garantir que a matéria avance.

Rogério rebateu alguns colegas que alertaram sobre os riscos que se criariam com a extensão do mecanismo. Ele afirmou que a DRU não abre brechas para que o Orçamento seja descumprido.

“A razão da desvinculação é desobrigar a União a executar despesas desnecessárias ou de baixa prioridade para flexibilizar [o uso de parte dos recursos do orçamento]”, afirmou.

O relator lembrou ainda que as áreas prioritárias para o país, como saúde e educação, “não perdem nada com a DRU”.

Parte das desvinculações pode recair sobre a seguridade social, o que foi motivo de reclamações de parlamentares que alertaram para o déficit destas contas.

Para minimizar os rumores, Marcos Rogério lembrou que o Orçamento deste ano teve R$ 74,8 bilhões desvinculados desta rubrica e o governo repôs R$ 89 bilhões. “Portanto, o argumento de que a desvinculação representa risco à seguridade não é verdadeiro”, disse.

A defesa não convenceu o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

“Aquele que estiver votando sim estará votando contra o aposentado e o pensionista. Este dinheiro fará, sim, falta. Não adianta falar em reposição depois. Querem fazer da previdência social o que fazem dos fundos de pensão. Dá até para pensar em uma DRU, mas não exclusivamente de contribuições sociais. Quem votar sim estará conduzindo a previdência social, que já vem cambaleando, à morte”, disse Faria de Sá, declarando-se “indignado” com a proposta e defendendo que o mérito de propostas de emenda à Constituição  passe a ser discutido na própria CCJ.

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O mecanismo, que permite o uso livre de parte da arrecadação de impostos e contribuições, vence em 31 de dezembro deste ano. Para que o prazo seja estendido, a proposta ainda precisa passar por uma comissão especial na Casa.

A estimativa do Planalto é que a desvinculação deste ano chegaria a R$ 121,7 bilhões.

Durante a reunião, depois de vários adiamentos, a proposta sofreu críticas e vários requerimentos foram votados para tentar adiar novamente a decisão sobre a DRU.

As resistências ao texto concentraram-se em pontos como o aumento da porcentagem de recursos a serem desvinculados.

Atualmente, o Executivo pode usar livremente 20% de todos os impostos e contribuições federais, mas quer elevar para 30% a fatia de recursos a ser usada livremente.

O deputado Danilo Forte (PSB-CE), que já foi relator da Lei Orçamentária Anual ( LOA ) em 2014, considerou "esdrúxula" a pretensão

Deputados favoráveis à aprovação da proposta lembraram que o texto ainda será analisado por uma comissão especial que será constituída.

À CCJ cabe apenas analisar a admissibilidade do texto. Em seu parecer, o relator da matéria, Marcos Rogério (PDT-RO), considerou a prorrogação legal e não mexeu sequer na elevação do percentual da DRU.

A única alteração foi tirar do texto a previsão de que a porcentagem recaia também sobre fundos constitucionais de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, para garantir que a matéria avance.

Rogério rebateu alguns colegas que alertaram sobre os riscos que se criariam com a extensão do mecanismo. Ele afirmou que a DRU não abre brechas para que o Orçamento seja descumprido.

“A razão da desvinculação é desobrigar a União a executar despesas desnecessárias ou de baixa prioridade para flexibilizar [o uso de parte dos recursos do orçamento]”, afirmou.

O relator lembrou ainda que as áreas prioritárias para o país, como saúde e educação, “não perdem nada com a DRU”.

Parte das desvinculações pode recair sobre a seguridade social, o que foi motivo de reclamações de parlamentares que alertaram para o déficit destas contas.

Para minimizar os rumores, Marcos Rogério lembrou que o Orçamento deste ano teve R$ 74,8 bilhões desvinculados desta rubrica e o governo repôs R$ 89 bilhões. “Portanto, o argumento de que a desvinculação representa risco à seguridade não é verdadeiro”, disse.

A defesa não convenceu o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

“Aquele que estiver votando sim estará votando contra o aposentado e o pensionista. Este dinheiro fará, sim, falta. Não adianta falar em reposição depois. Querem fazer da previdência social o que fazem dos fundos de pensão. Dá até para pensar em uma DRU, mas não exclusivamente de contribuições sociais. Quem votar sim estará conduzindo a previdência social, que já vem cambaleando, à morte”, disse Faria de Sá, declarando-se “indignado” com a proposta e defendendo que o mérito de propostas de emenda à Constituição  passe a ser discutido na própria CCJ.

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