Comissão começa a estudar pedido de impeachment contra Dilma
Ao mesmo tempo, ela renovou sua confiança no vice-presidente Michel Temer, que deverá sucedê-la caso realmente seja afastada do cargo
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 16h12.
Uma comissão de deputados começa a estudar a partir desta segunda-feira o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que exige do Congresso que apresse o procedimento para não estender por meses a agenda política do país, em plena recessão econômica.
Ao mesmo tempo, ela renovou sua confiança no vice-presidente Michel Temer , que deverá sucedê-la caso realmente seja afastada do cargo e que estaria operando a favor do julgamento político contra Dilma.
"Essa é a informação que sai em alguns meios da imprensa", disse a presidente.
Mas Temer "sempre foi extremamente correto comigo, e tem sido assim. Não tenho motivos para desconfiar dele nem um milímetro", acrescentou.
A líder, que acredita ter votos suficientes para salvar seu mandato, solicitou ao Congresso que suspenda o recesso de verão, que paralisaria o processo a partir do dia 23 de dezembro até fevereiro, pedindo aos legisladores que voltem ao trabalho após as festas de fim de ano.
"Não deve haver recesso (parlamentar) porque vivemos um momento em que não podemos nos dar ao direito de parar o país até o dia 2 de fevereiro", declarou Dilma a jornalistas, horas antes da instalação de uma comissão de deputados para estudar seu julgamento por questões práticas administrativas.
Processo em andamento
A comissão de 65 integrantes receberá as acusações contra a presidente e depois irá propor ao plenário a negar ou proceder com o pedido de impeachment.
O processo é longo e complexo e pode ocupar por meses a agenda política no momento em que o país enfrenta a pior recessão das últimas décadas.
"Que o congresso não funcione nesse período não é somente justo, mas absolutamente importante para as pessoas", afirma a presidente.
"Não é correto que o país fique esperando até 2 de fevereiro", acrescentou.
A ação contra Dilma foi promovida por três advogados que alegam que a líder cometeu delitos de responsabilidade em práticas orçamentais, tais como liberar fundos que requeriam vista prévia do Congresso.
Os partidários do julgamento político calculam que, em momentos de recessão, aumento do desemprego e inflação e escândalos de corrupção - que não param de ser investigados -, a opinião pública terminará pressionando os legisladores a se pronunciarem contra a presidente.
Dilma apresenta uma popularidade de 10% apenas 11 meses depois de vencer com 54 milhões de votos um segundo turno de mais quatro anos.
Desde o início do ano, a economia desmoronou e se anunciou uma gigantesca rede de corrupção da estatal Petrobras que levou à prisão dezenas de políticos próximos ao governo, empresários e banqueiros.
As investigações, que não implicam diretamente a presidente, ainda continuam.
Todos os partidos estão fazendo contas, nesta segunda-feira, e escolhendo cuidadosamente seus representantes na comissão especial que começa a discutir o processo.
A aliança que sustenta o governo de Dilma será liderada pelo PT e PMDB, apesar deste partido ter correntes opositoras ao poder.
O próprio presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, que aceitou o pedido de impeachment, pertence ao PMDB e tem influência sobre a bancada.
Uma comissão de deputados começa a estudar a partir desta segunda-feira o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que exige do Congresso que apresse o procedimento para não estender por meses a agenda política do país, em plena recessão econômica.
Ao mesmo tempo, ela renovou sua confiança no vice-presidente Michel Temer , que deverá sucedê-la caso realmente seja afastada do cargo e que estaria operando a favor do julgamento político contra Dilma.
"Essa é a informação que sai em alguns meios da imprensa", disse a presidente.
Mas Temer "sempre foi extremamente correto comigo, e tem sido assim. Não tenho motivos para desconfiar dele nem um milímetro", acrescentou.
A líder, que acredita ter votos suficientes para salvar seu mandato, solicitou ao Congresso que suspenda o recesso de verão, que paralisaria o processo a partir do dia 23 de dezembro até fevereiro, pedindo aos legisladores que voltem ao trabalho após as festas de fim de ano.
"Não deve haver recesso (parlamentar) porque vivemos um momento em que não podemos nos dar ao direito de parar o país até o dia 2 de fevereiro", declarou Dilma a jornalistas, horas antes da instalação de uma comissão de deputados para estudar seu julgamento por questões práticas administrativas.
Processo em andamento
A comissão de 65 integrantes receberá as acusações contra a presidente e depois irá propor ao plenário a negar ou proceder com o pedido de impeachment.
O processo é longo e complexo e pode ocupar por meses a agenda política no momento em que o país enfrenta a pior recessão das últimas décadas.
"Que o congresso não funcione nesse período não é somente justo, mas absolutamente importante para as pessoas", afirma a presidente.
"Não é correto que o país fique esperando até 2 de fevereiro", acrescentou.
A ação contra Dilma foi promovida por três advogados que alegam que a líder cometeu delitos de responsabilidade em práticas orçamentais, tais como liberar fundos que requeriam vista prévia do Congresso.
Os partidários do julgamento político calculam que, em momentos de recessão, aumento do desemprego e inflação e escândalos de corrupção - que não param de ser investigados -, a opinião pública terminará pressionando os legisladores a se pronunciarem contra a presidente.
Dilma apresenta uma popularidade de 10% apenas 11 meses depois de vencer com 54 milhões de votos um segundo turno de mais quatro anos.
Desde o início do ano, a economia desmoronou e se anunciou uma gigantesca rede de corrupção da estatal Petrobras que levou à prisão dezenas de políticos próximos ao governo, empresários e banqueiros.
As investigações, que não implicam diretamente a presidente, ainda continuam.
Todos os partidos estão fazendo contas, nesta segunda-feira, e escolhendo cuidadosamente seus representantes na comissão especial que começa a discutir o processo.
A aliança que sustenta o governo de Dilma será liderada pelo PT e PMDB, apesar deste partido ter correntes opositoras ao poder.
O próprio presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, que aceitou o pedido de impeachment, pertence ao PMDB e tem influência sobre a bancada.