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Comida de fornecedor de merenda no Rio apresenta agrotóxico

Para fazer o levantamento, o Greenpeace comprou 40 quilos de alimentos de uma das seis empresas que fornecem produtos para a Secretaria Municipal de Educação


	Merendaa: a empresa analisada abastece com alimentos 171 escolas em 24 bairros cariocas
 (Edi Vasconcelos/NOVA ESCOLA)

Merendaa: a empresa analisada abastece com alimentos 171 escolas em 24 bairros cariocas (Edi Vasconcelos/NOVA ESCOLA)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2016 às 14h50.

Uma pesquisa feita pela organização não governamental internacional Greenpeace encontrou resíduos de pesticida em 60% das amostras de alimentos recolhidos de um fornecedor de merenda para escolas municipais do Rio de Janeiro.

Para fazer o levantamento, a ONG comprou 40 quilos de alimentos de uma das seis empresas que fornecem produtos para a Secretaria Municipal de Educação.

A empresa analisada abastece com alimentos 171 escolas em 24 bairros cariocas. Depois de adquirir os alimentos, as amostras foram divididas em 20 lotes de dois quilos cada um e encaminhadas para o Laboratório de Resíduos de Pesticidas do governo paulista.

Doze das 20 amostras apresentaram resíduos de pesticidas, inclusive aquelas com arroz e feijão carioquinha. Em duas amostras (10% do total) de couve foi encontrado um químico proibido no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária: o metamidofós.

Em outros sete lotes (35% do total), de feijão, pepino e pimentão, técnicos constataram o agrotóxico benfuracarbe, cujo uso é proibido para essas lavouras. Em quatro amostras, foram vistos químicos acima do limite máximo de resíduos permitido.

Em sete lotes, havia dois ou mais agrotóxicos. Nas amostras de pimentão amarelo, detectou-se sete agrotóxicos diferentes.

Agricultura familiar

Segundo o coordenador da campanha de agricultura e alimentação do Greenpeace, Rafael Cruz, entre as medidas que poderiam ser adotadas pela prefeitura do Rio para melhorar a qualidade dos alimentos, estão adquirir produtos da agricultura familiar (que tende a usar menos agrotóxico do que o grande produtor), estimular o agricultor dentro da cidade do Rio e fazer análises periódicas nos produtos adquiridos.

“O município, como tem responsabilidade pelo que ele coloca no prato da criançada da rede pública, teria que fazer testes de tempos em tempos, ainda que fossem testes amostrais, para você saber o que está servindo”, disse Cruz.

De acordo com o Greenpeace, a cidade do Rio de Janeiro serve aproximadamente 224 milhões de merendas por ano a seus alunos. Em 2014, dos R$ 55 milhões investidos em alimentos para as escolas, nada foi gasto com produtos de agricultura familiar.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação, mas, até o fechamento desta reportagem, não havia recebido uma resposta.

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