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Começam as escavações nos escombros do Museu Nacional

Depois de perícia no prédio, concluída pela PF nesse domingo, local deve ser liberado para o início dos trabalhos que podem durar meses

MUSEU NACIONAL: A busca por recuperar eventuais peças que tenham sido soterradas no incêndio é um dos passos para a reconstrução do museu (Ricardo Moraes/Reuters)

MUSEU NACIONAL: A busca por recuperar eventuais peças que tenham sido soterradas no incêndio é um dos passos para a reconstrução do museu (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2018 às 05h43.

Última atualização em 10 de setembro de 2018 às 09h01.

Após a destruição, tem início o (longo) processo de reconstrução. Nesta segunda-feira, deve começar o trabalho de escavação e pesquisa nos escombros do Museu Nacional, destruído por um incêndio no início da semana passada.

As causas do fogo, que começou no domingo à noite e só foi contido pelos bombeiros na madrugada de segunda-feira passada, ainda são desconhecidas. A Polícia Federal, responsável pela investigação, concluiu a perícia no prédio neste domingo. Com isso, o local deve ser liberado para o início das escavações, um processo que deve durar meses.

Segundo o arquiteto Ricarte Linhares Gomes, que trabalha há 20 anos no museu, uma das maiores dificuldades é a mistura das peças aos escombros, como meteoritos misturados com madeira e restos da estrutura do prédio. Ele, que foi ouvido pelo site G1, calcula que toda a escavação e posterior restauro das peças não terminará neste ano.

A busca por recuperar eventuais peças que tenham sido soterradas no incêndio é um dos passos para a reconstrução do Museu Nacional, o mais importante museu de história natural do país. Entre dezenas de más notícias, uma positiva: cerca de 1,5 milhão das 20 milhões de peças do acervo estão à salvo. De acordo com a vice-diretora da instituição, Cristiana Serejo, essas peças já haviam sido guardadas em outros locais antes do incêndio, entre 460.000 exemplares de vertebrados, 550.000 exemplares do herbário e 180.000 invertebrados que teriam sobrevivido em um anexo subterrâneo do prédio. Somente esta coleção, segundo especialistas, já seria suficiente para manter a relevância de um novo museu.

As tratativas políticas para a reconstrução do museu também já foram iniciadas. Na semana passada, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, se reuniu com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para debater como seria a liberação de um financiamento de 21,7 milhões de reais contratado no início de junho para obras no Museu Nacional, segundo o Estadão. O Planalto também anunciou uma rede de apoio econômico formada por entidades financeiras, além de empresas públicas e privadas, para viabilizar a reconstrução do museu.

Em outra frente, o presidente Michel Temer se reuniu com empresários e presidentes de bancos privados e fez um apelo para que eles participem de fundos privados que seriam usados para a manutenção do patrimônio histórico e cultural do Brasil. Para isso, será editada uma Medida Provisória (MP) com a lei dos Fundos Patrimoniais.

Um levantamento da ONG Contas Abertas, divulgado pelo Estadão, mostra que o gasto do museu no ano passado foi de 665.000 reais. Já o custo anual para a lavagem de 83 carros oficiais da Câmara dos Deputados foi de 563.333,56 reais. Como sempre, é uma questão de prioridades.

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