Alerta: os especialistas dizem que com números abaixo dos 50% não é possível flexibilizar a quarentena. (Eduardo Frazão/Exame)
Clara Cerioni
Publicado em 5 de maio de 2020 às 13h54.
Última atualização em 5 de maio de 2020 às 16h41.
A taxa de isolamento em São Paulo voltou a ficar abaixo dos 50% na última segunda-feira, 4. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde, o estado teve 47% de isolamento, número menor do que o mínimo necessário para o combate ao coronavírus. Na capital, o isolamento ficou em 48%.
"Não é possível trabalhar com esse número. O mínimo de 50% não vem sendo atingido constantemente. Nós precisamos melhorar isto todos os dias. E nós teremos enormes dificuldades, no prazo de um mês, se este número não for superior a 50%", alertou David Uip, chefe do Centro de Contingenciamento do Coronavírus, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 5.
Ontem, o governador João Doria disse que cidades com isolamento abaixo de 50% estariam "automaticamente excluídas" do relaxamento da quarentena, que está previsto para ocorrer a partir do dia 11 de maio.
O atenção do governo é para que o sistema de saúde não entre em colapso e consiga atender a todos os pacientes, principalmente os mais graves. Na grande São Paulo a taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 86,9% e em 68,9% em todo o estado. No total, estão internados 8.905 pacientes com casos confirmados ou suspeitos de covid-19. Destes, 3.457 em UTI e 5.448 em enfermaria.
"Isso nos mostra que ainda precisamos de mais leitos. Vamos entregar 1.800 novos e faremos isso tão logo seja necessário e que todos os recursos estejam aqui, principalmente os novos respiradores", disse o secretário de Saúde, José Henrique Germann.
O governo atualizou os números da pandemia no estado. Já são 34.053 pessoas com a covid-19 em São Paulo e 2.851 mortes. O Brasil registra 105.222 infectados e 7.228 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Para tentar aumentar a taxa de isolamento, a prefeitura de São Paulo realiza, desde a segunda, bloqueios em quatro pontos da cidade. No mesmo dia também começou a valer o uso obrigatório de máscara em ônibus, trens e metrô. Quem não estiver com o equipamento de segurança pode ser multado e até detido.