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Com Bolsonaro em seu labirinto, Doria vai à China

Governador de São Paulo visa atrair investimentos numa estratégia que tem como pano de fundo turbinar a economia do estado de olho em 2022

Doria: tucano já foi a Londres e a Nova York em busca de investimentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Doria: tucano já foi a Londres e a Nova York em busca de investimentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2019 às 06h23.

Última atualização em 2 de agosto de 2019 às 06h52.

Ao final de uma semana repleta de falas condenáveis do presidente Jair Bolsonaro, que em intervalo de cinco dias defendeu o trabalho forçado para presidiários, desrespeitou vítimas da ditadura militar e normalizou o segundo maior massacre em presídios da história do país, o governador de São Paulo, João Doria, volta a focar numa agenda positiva para chamar de sua.

No próximo sábado, 3, Doria aterrissará na China para mais uma missão empresarial que visa atrair investimentos estrangeiros. Com a viagem, o tucano pretende fechar Parcerias Público Privadas (PPPs) com os asiáticos. O pano de fundo, até as super quadras de Brasília sabem, são as eleições de 2022. 

Além de ter classificado como “inaceitável” as falas de Bolsonaro sobre a morte do pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Doria, cujo pai foi exilado na ditadura militar, fez mais uma declaração tentando descolar sua imagem do planalto.“Nós nunca tivemos alinhamento com o governo Bolsonaro”, disse em relação ao seu Partido, o PSDB, em entrevista à rádio CBN. 

Mesmo que tente, Doria também não consegue esconder a importância que mote “BolsoDoria” teve para que ele ganhasse a principal cadeira do palácio dos Bandeirantes.

Para ele, o alinhamento com o Bolsonarismo do qual agora se esquiva foi fundamental para garantir os três pontos percentuais que lhe garantiu a vitória. Foram 51% dos votos contra 48% de seu opositor, Marcio França (PSB). 

A viagem que fará à China neste sábado é mais uma das incursões internacionais que o tucano vem fazendo para atrair investimentos de fora e para impulsionar a economia paulista num cenário de recuperação ainda claudicante no Brasil.

Neste sentido, trava uma informal disputa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para ver quem abraça com mais afinco, e com mais velocidade, a iniciativa privada. 

Desde a campanha pelo governo de São Paulo, Doria prometeu desestatizar o maior número de empresas possível, e anunciou planos para PPPs e concessões em ao menos 220 projetos. Como parte do roteiro internacional, o governador já foi a Nova York e a Londres. Agora é a vez da China. 

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