Com atraso, Belo Monte entra na fase final
Canal que vai ligar o Rio Xingu ao reservatório intermediário da hidrelétrica começa a ganhar formas
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 09h22.
Vitória do Xingu - O enorme canal que vai ligar o Rio Xingu ao reservatório intermediário da hidrelétrica de Belo Monte começa a ganhar formas e mudar a paisagem local.
Os 20 quilômetros de extensão da obra já foram abertos e estão em estágios diferenciados de trabalho.
Por enquanto, apenas 1 km está concluído. Outros estão em fase de revestimento do leito e taludes do canal ou na etapa de aprofundamento do terreno.
A expectativa é concluir todo o trabalho até o fim do ano. Mas a meta não será uma tarefa fácil de cumprir, especialmente com o histórico de paralisações desde o início das obras da hidrelétrica.
Além disso, parece um trabalho sem fim. A construção do canal, que na prática é um rio artificial construído no meio da Amazônia para desviar a água do Xingu, exige a escavação de 110,8 milhões de m³ de rocha e solo - volume equivalente ao Canal do Panamá.
Todo esse material encheria 5 milhões de caminhões basculantes.
Hoje 1.400 máquinas, tratores e caminhões trabalham freneticamente para cumprir os prazos do canal, que terá 25 metros de profundidade, 210 metros de largura na base e 360 metros na superfície.
Toda a retirada de rocha e solo é feita em camadas.
"Primeiro fazemos a abertura do canal para a cota 84 (em relação ao nível do mar). Retiramos todo o material, criamos uma frente de serviço e praça de manobra para as máquinas e caminhões. Depois começamos tudo de novo, com detonações de rocha e retirada de material para a cota 75, que será o fundo do canal", afirma o engenheiro da Norte Energia, Marcelo Boaventura.
Com o solo nivelado, é hora de fazer o revestimento do leito e dos taludes. As rochas retiradas de outros locais da obra são trituradas e usadas para cobrir o fundo do canal.
As pedras precisam ter tamanhos e pesos similares, para aguentar o volume de água que vai passar pelo canal: a vazão será de 14 mil m³ por segundo, afirma Boaventura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.