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Com Aécio, discussão sobre BC perde importância, diz Mantega

"Se ela (Marina) estiver fora do pleito no segundo turno, a discussão perde importância", afirmou o ministro da Fazenda


	Guido Mantega: o tucano não está propondo a independência formal da autoridade
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Guido Mantega: o tucano não está propondo a independência formal da autoridade (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 17h25.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse neste domingo, 5, que a questão da independência do Banco Central foi importante para uma candidata - referindo-se a Marina Silva (PSB) - que levantou essa bandeira durante a campanha. "Essa foi uma questão que foi importante para uma candidata, mas se ela (Marina) estiver fora do pleito no segundo turno, a discussão perde importância", afirmou após ter votado em uma escola da zona sul de São Paulo.

De acordo com Mantega, com uma eventual presença do candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno, a discussão sobre o papel do BC será diminuída, porque o tucano não está propondo a independência formal da autoridade, algo que também nunca foi proposto pelo partido, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Aliás, o Fernando Henrique fez uma declaração importante recentemente. De acordo com ele, se o BC tivesse independência em 1999, quando houve uma baita crise cambial, ele não poderia ter mudado o presidente da autarquia".

O ministro avaliou que, o que não deve mudar no segundo turno é a discussão sobre a política que o BC deveria adotar. Ele aproveitou para cutucar o ex-presidente do BC Armínio Fraga, que já foi indicado como provável ministro da Fazendo de Aécio Neves.

"O BC presidido pelo Armínio é o que praticou as maiores taxas de juros do mundo, as mais altas de todos os tempos. Então, a gente pode pensar em uma mudança para uma linha mais ortodoxa do BC, com juros mais altos", disse o ministro.

Bolsa

Ainda de acordo com Mantega, a Bolsa de Valores sempre acaba subindo depois de um final de pleito eleitoral e por isso ele prevê uma recuperação depois do segundo turno.

O ministro da Fazenda disse que os mercados deverão abrir na segunda-feira, 6, grandes novidades, independentemente do candidato que for para o segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

De acordo com ele, que votou em uma escola na zona sul de São Paulo, a imprensa está superestimando o papel das eleições nos mercados e a turbulência nas últimas semanas está relacionada mais ao cenário internacional. Estava previsto que Mantega votasse pela manhã, mas ele chegou ao colégio por volta das 14 horas.

"Vocês (imprensa) estão superestimando o papel das eleições nos mercados, mas a verdade é que nós estamos passamos por alguma turbulência nas últimas semanas por causa do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), que já começou a sinalizar um aumento de juros", disse o ministro, acrescentando que a recente queda nos preços das commodities também influenciou o comportamento dos mercados.

"Tivemos também notícias ruins no front econômico europeu, e tudo isso tem levado a uma desvalorização de várias moedas", explicou, argumentando que na verdade o que está ocorrendo é uma valorização do dólar ante as demais divisas.

Segundo Mantega, cada moeda reage de uma forma diferente e o real é uma moeda que tem mais liquidez e por isso se movimenta mais rapidamente. "É possível que durante o segundo turno haja alguma volatilidade nos mercados, mas isso é passageiro", afirmou.

Ele ressaltou que essa volatilidade não se compara com 2002, quando houve uma megadesvalorização do real. "Agora o real é uma moeda sólida, o câmbio é flutuante e nós o temos deixado flutuar".

Superávit

Mantega voltou a dizer que o governo fará o superávit primário possível para este ano. De acordo com ele, 2014 está sendo um ano mais difícil porque a arrecadação cresceu menos do que o previsto.

Ele não quis se comprometer com uma previsão, o que significa que por enquanto está mantida a meta de superávit de 1,9% do PIB, mas ressaltou que a atividade está se recuperando no segundo semestre e que a arrecadação no período deverá ser um pouco melhor.

"Vamos ter receitas extraordinárias até o final do ano. Então, vamos esperar novembro para termos um panorama melhor", afirmou após votar em uma escola da zona sul de São Paulo.

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