Com 72% dos leitos de UTI ocupados, RJ pode ter colapso em abril
Há dez dias, a ocupação era de 41%; preocupação é de que leitos de hospitais de campanha não sejam entregues a tempo
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de abril de 2020 às 11h21.
Última atualização em 16 de abril de 2020 às 12h22.
Enquanto os hospitais de campanha anunciados pelo governo não são inaugurados, o Rio de Janeiro começa a ligar o alerta para possível colapso no sistema de Saúde. Atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 72% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes diagnosticados com a covid-19. Há dez dias, o porcentual era de 63%.
A previsão é de que os 2 mil leitos - incluindo UTI e enfermaria - dos hospitais de campanha sejam inaugurados até o dia 30 de abril. No entanto, um estudo da professora brasileira Marcia Castro, da Universidade de Harvard, prevê o colapso da rede até o dia 27 deste mês, no cenário mais otimista. No cenário mais pessimista, os leitos de UTI poderiam ser insuficientes já a partir desta sexta-feira, 17.
A pesquisa sugere, portanto, que as unidades deveriam ser inauguradas com mais agilidade. Feito a pedido da Rede Globo, o estudo foi citado em ofício enviado nesta quarta-feira, 15, ao governador Wilson Witzel pelo deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB).
De acordo com a secretaria, 548 novos leitos já foram abertos no Estado para atender as vítimas. Ao todo, diz a pasta, "a SES vai disponibilizar na capital, Região Metropolitana e interior 3.414 leitos", incluindo os 2 mil dos hospitais de campanha.
O caso dos leitos de enfermaria também preocupa. Há dez dias, a ocupação era de 41%; hoje, o número chegou a 62%. Além da abertura de leitos, a secretaria destaca que, para evitar o colapso, a população deve "ficar em casa e seguir as recomendações de isolamento, proteção e de higiene para controle da doença."
Na noite desta quarta-feira, o próprio secretário de Saúde, Edmar Santos, confirmou que testou positivo para a covid-19, assim como o governador Witzel. Edmar, contudo, está sem sintomas. Ambos afirmaram que continuarão trabalhando de casa no combate à pandemia.