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Colégio de elite no Rio aumenta a blindagem contra tiros

A escola já tem uma parte da área externa blindada há dez anos, mas no mês passado decidiu expandir a proteção para as salas de educação infantil

Armas: a escola fica a menos de 50 metros de um dos acessos da Favela da Rocinha (Thinckstock/Thinkstock)

Armas: a escola fica a menos de 50 metros de um dos acessos da Favela da Rocinha (Thinckstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 20h13.

Rio - A Escola Americana, na zona sul do Rio, decidiu aumentar, por medidas de segurança, a área da unidade blindada contra tiros.

O colégio de elite do Rio fica a menos de 50 metros de um dos acessos da Favela da Rocinha, próxima a uma região de mata.

A escola já tem uma parte da área externa blindada há dez anos, mas no mês passado decidiu expandir a proteção para as salas de educação infantil, onde estudam crianças de cerca de quatro anos.

A decisão foi comunicada aos pais dos alunos no mês passado, e divulgada em uma nota do jornal O Globo, nesta segunda-feira, 6.

A assessoria de imprensa da escola confirmou a informação e acrescentou que as obras começaram há duas semanas e devem ficar prontas até o final deste ano.

A direção também informou que a unidade adota outros procedimentos de segurança, mas não quis detalhar quais medidas.

Em setembro, a escola teve de suspender as aulas por quatro dias, durante os confrontos mais intensos registrados na Rocinha.

"O que está sendo feito agora é um complemento da blindagem, uma atualização", explicou a assessoria da escola, por meio de nota.

Outra escola que fica próxima à Rocinha, a Escola Parque, de classe média alta, teve de fechar por três dias durante o mesmo mês.

Em grupos de WhatsApp de mães da unidade, é relatado que, quando há tiroteios mais fortes na favela, os alunos são proibidos de ir para o pátio e devem ficar em áreas internas.

A assessoria de imprensa do colégio informou que não comenta os seus procedimentos de segurança, mas disse que não tem blindagem.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, em setembro, as escolas da prefeitura localizadas perto da Rocinha tiveram de fechar por sete dias por causa dos tiroteios. Em outubro, foram seis dias sem aulas. Há nove unidades municipais na região.

Em abril, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) também anunciou que encomendaria dos Estados Unidos uma argamassa especial para proteger escolas municipais localizadas perto de áreas de risco.

A decisão foi tomada após a morte da aluna Maria Eduarda Alves, de 13 anos, no pátio da Escola Daniel Piza, em Acari, zona norte do Rio.

Questionada nesta segunda-feira se, passados sete meses, a argamassa havia sido encomendada, a assessoria de imprensa do prefeito respondeu que não.

Por meio da Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente, a prefeitura informou que "realiza contato desde abril com representantes da GigaCreat - empresa americana que fornecerá a argamassa para a blindagem das escolas situadas em áreas de risco".

"A pasta está finalizando as questões burocráticas das negociações para realizar a importação do material", disse o órgão, em nota. A secretaria também informou que não há previsão para a formalização do contrato, nem de quanto custará.

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