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Equipe olímpica de refugiados é montada com 10 atletas

Comitê Olímpico Internacional montou equipe inédita com dez atletas que não representam um país, mas a comunidade de refugiados

Comitê Olímpico Internacional montou equipe inédita de refugiados com dez atletas (Divulgação/COI)

Comitê Olímpico Internacional montou equipe inédita de refugiados com dez atletas (Divulgação/COI)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 10h31.

Zurique - O Comitê Olímpico Internacional (COI) definiu a equipe de refugiados que vai participar da Olimpíada no Rio de Janeiro, com dez atletas.

O time será formado por sírios, sudaneses do sul, congoleses e da Etiópia que, nos últimos anos, abandonaram seus países por conta de guerras.

Nos Jogos do Rio, eles não representarão os lugares em que nasceram, mas o "exército" de 60 milhões de pessoas que vivem como refugiados pelo mundo.

Inicialmente, o COI havia identificado 43 atletas com idades entre 17 e 30 anos que poderiam fazer parte do time inédito. Depois de uma seleção, o COI ficou com dez nomes.

A passagem da equipe pelo estádio do Maracanã promete ser um dos mais emocionantes da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos. A equipe será a penúltima a entrar no estádio, antes da brasileira, sob o hino e a bandeira olímpicos.

No COI, a opção por investir na equipe de refugiados foi tomada como mensagem política. "Queremos mandar uma mensagem de esperança aos refugiados do mundo", declarou o alemão Thomas Bach, o presidente da entidade.

A Organização das Nações Unidas (ONU) também comemorou e bancou a ideia, afirmando que a criação da equipe mandaria uma "mensagem poderosa" de tolerância diante de governos ávidos por fechar suas fronteiras e expulsar estrangeiros.

Hoje, a crise de refugiados é a pior desde a Segunda Guerra Mundial e, ainda assim, autoridades têm preferido erguer cercas e até confiscar os bens dos estrangeiros.

Para garantir a participação dos atletas, o COI destinou um orçamento de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 7,2 milhões) e vai providenciar uniformes, técnicos e treinamento.

A entidade ainda pediu que cada comitê olímpico nacional identificasse em seus países eventuais refugiados que pudessem entrar numa competição internacional de alto nível.

Em 2012, o COI já teve o primeiro refugiado correndo com a bandeira olímpica. Tratava-se de Guor Mading Maker. Naquele ano, seu país, o Sudão do Sul, ainda não era reconhecido no COI e o corredor de maratona não aceitava representar o regime do Sudão, que estava em guerra contra sua terra natal.

Agora, o COI levará uma equipe inteira. No Rio, todos ficarão hospedados na Vila Olímpica. Haverá um cuidados especial para evitar eventuais encontros indesejáveis e constrangedores com dirigentes dos países de onde tiveram de fugir.

Mas são as histórias pessoais de superação e sobrevivência que mais chamam a atenção.

Os membros da equipe de refugiados na Olimpíada será formada por Rami Anis (natação, Síria), Yolande Mabika (judô, República Democrática do Congo), Paulo Amotun Lokoro (atletismo, Sudão do Sul), Yusra Mardini (natação, Síria), Yiech Pur Biel (atletismo, Sudão do Sul), Rose Nathike Lokonyen (atletismo, Sudão do Sul), Popole Misenga (judô, República Democrática do Congo), Yonas Kinde (maratona, Etiópia), Anjelina Nadai Lohalith (atletismo, Sudão do Sul) e James Nyang Chiengjiek (atletismo, Sudão do Sul).

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