Cocaína encontrada com sargento da FAB vale R$ 5,6 milhões, diz jornal
Ainda não foi detectada a pureza da droga, e se investiga qual era o destino dos entorpecentes que estavam em 37 pacotes dentro de uma mala de mão
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de junho de 2019 às 19h10.
Última atualização em 28 de junho de 2019 às 19h16.
São Paulo — Autoridades da Guarda Civil da Espanha avaliaram em 1,3 milhão de euros (cerca de 5,6 milhões de reais) os 39 kg de cocaína encontrados com o segundo-sargento da Força Aérea Brasileira ( FAB ) Manoel Silva Rodrigues, segundo o jornal espanhol El País. O militar foi detido na terça-feira, 25, no aeroporto de Sevilha durante escala para o voo que seguia para o Japão, em comitiva de apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro à cúpula do G-20.
Segundo a publicação, a Guarda Civil, que ainda não detectou a pureza da droga, investiga qual era o destino dos entorpecentes e por qual razão o militar estava carregando os 37 pacotes dentro de uma mala de mão. As autoridades não descartam que a cocaína ficaria na Espanha e avaliam que Silva poderia ser uma "simples mula de uma organização de traficantes". Após ser detido, o sargento teve a prisão provisória decretada por um tribunal de Sevilha, sem possibilidade de fiança, acusado de crime contra a saúde pública - que é como o Código Penal do país descreve esse tipo de delito.
A FAB comunicou ontem, em entrevista coletiva, que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para esclarecer o fato e que as investigações seguirão em sigilo. A detenção do militar que fazia parte da comitiva de apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro teve grande repercussão na imprensa internacional às vésperas de sua estreia no G-20, encontro que reúne as vinte maiores economias do mundo e que este ano acontece em Osaka, no Japão.
O aeronave da FAB em que estava o sargento é usada como reserva do avião presidencial e, portanto, a comitiva da qual Silva fazia parte não estava no mesmo avião que transportou Bolsonaro de Brasília para o país asiático na noite de terça-feira.
Em seu Twitter, Bolsonaro classificou o episódio como "inaceitável". "Exigi investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB", afirmou o presidente. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, classificou o fato da detenção ter ocorrido antes do encontro do G-20 como uma "falta de sorte", mas que não atrapalha a imagem do País no exterior. Heleno está em Osaka acompanhando o presidente, que nesta sexta-feira, 28, encontrou-se com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o mandatário norte-americano Donald Trump.