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Coalizão uruguaia classifica governo Temer como "ilegítimo"

Temer exercia o cargo de forma interina desde que se iniciou o julgamento político, mas o assumiu oficialmente após a destituição de Dilma nesta quarta-feira

Temer: a coalizão de esquerda governante rotulou como "golpe de Estado parlamentar" o processo de impeachment (Ueslei Marcelino / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 19h29.

Montevidéu - A mesa política nacional da coalizão de esquerda governante no Uruguai , a Frente Ampla (FA), qualificou nesta sexta-feira como "ilegítimo" o governo liderado por Michel Temer após a destituição da agora ex-presidente Dilma Rousseff.

Temer exercia o cargo de forma interina desde que se iniciou o julgamento político, mas o assumiu oficialmente após a destituição de Dilma nesta quarta-feira, perante a que a FA manifestou sua "mais profunda rejeição".

Além disso, a coalizão de esquerda rotulou como "golpe de Estado parlamentar" o processo de impeachment que culminou com a cassação de Dilma.

"Manifestamos nossa solidariedade com a presidente Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores do Brasil e o irmão povo brasileiro, sobre o qual seguramente cairão as consequências das medidas que já começaram a ser aplicadas pelo ilegítimo governo liderado por Temer", afirma o comunicado da coalizão governista.

Apesar disso, a Frente Ampla ressalta que "apoia a postura do governo uruguaio", manifestada através de um comunicado da pasta de Relações Exteriores no qual dizia que, "para além da legalidade invocada, o governo uruguaio considera uma profunda injustiça dita destituição".

A mesa política nacional da FA também considera que "está claramente demonstrado" que desde que Dilma foi reeleita em 2014 se realizou uma campanha para derrubá-la, tanto a ela como ao PT.

"Primeiro pondo em dúvida os resultados eleitorais e depois levando adiante uma campanha para deslegitimá-la, tanto com ações em nível parlamentar como nos grandes veículos de comunicação e em nível judicial, apesar do que não foi possível acusá-la de nenhum crime", acrescenta o texto da FA.

Em seu comunicado, a coalizão uruguaia também diz que essa campanha dos setores conservadores bateu "fortemente na democracia brasileira" e que "infelizmente repete uma história já conhecida" nesse país.

"Da mesma forma como ditos setores conservadores atuaram em Honduras em 2009 e Paraguai em 2012", lembra o texto.

Além disso, destaca que outro dos supostos objetivos dessa oposição conservadora é afastar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da disputa pela presidência nas eleições de 2018.

Além da posição oficial do Uruguai, dois destacados integrantes da FA, o ex-presidente do país, José Mujica, e o ministro do Interior, Eduardo Bonomi, também expressaram suas opiniões sobre a destituição de Dilma.

Por sua parte, Mujica considerou que a América Latina fica "malferida" após a saída da ex-presidente, enquanto Bonomi declarou que o julgamento político de Dilma teve como motivo principal a paralisação da investigação de corrupção promovida durante seu governo.

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Montevidéu - A mesa política nacional da coalizão de esquerda governante no Uruguai , a Frente Ampla (FA), qualificou nesta sexta-feira como "ilegítimo" o governo liderado por Michel Temer após a destituição da agora ex-presidente Dilma Rousseff.

Temer exercia o cargo de forma interina desde que se iniciou o julgamento político, mas o assumiu oficialmente após a destituição de Dilma nesta quarta-feira, perante a que a FA manifestou sua "mais profunda rejeição".

Além disso, a coalizão de esquerda rotulou como "golpe de Estado parlamentar" o processo de impeachment que culminou com a cassação de Dilma.

"Manifestamos nossa solidariedade com a presidente Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores do Brasil e o irmão povo brasileiro, sobre o qual seguramente cairão as consequências das medidas que já começaram a ser aplicadas pelo ilegítimo governo liderado por Temer", afirma o comunicado da coalizão governista.

Apesar disso, a Frente Ampla ressalta que "apoia a postura do governo uruguaio", manifestada através de um comunicado da pasta de Relações Exteriores no qual dizia que, "para além da legalidade invocada, o governo uruguaio considera uma profunda injustiça dita destituição".

A mesa política nacional da FA também considera que "está claramente demonstrado" que desde que Dilma foi reeleita em 2014 se realizou uma campanha para derrubá-la, tanto a ela como ao PT.

"Primeiro pondo em dúvida os resultados eleitorais e depois levando adiante uma campanha para deslegitimá-la, tanto com ações em nível parlamentar como nos grandes veículos de comunicação e em nível judicial, apesar do que não foi possível acusá-la de nenhum crime", acrescenta o texto da FA.

Em seu comunicado, a coalizão uruguaia também diz que essa campanha dos setores conservadores bateu "fortemente na democracia brasileira" e que "infelizmente repete uma história já conhecida" nesse país.

"Da mesma forma como ditos setores conservadores atuaram em Honduras em 2009 e Paraguai em 2012", lembra o texto.

Além disso, destaca que outro dos supostos objetivos dessa oposição conservadora é afastar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da disputa pela presidência nas eleições de 2018.

Além da posição oficial do Uruguai, dois destacados integrantes da FA, o ex-presidente do país, José Mujica, e o ministro do Interior, Eduardo Bonomi, também expressaram suas opiniões sobre a destituição de Dilma.

Por sua parte, Mujica considerou que a América Latina fica "malferida" após a saída da ex-presidente, enquanto Bonomi declarou que o julgamento político de Dilma teve como motivo principal a paralisação da investigação de corrupção promovida durante seu governo.

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