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CNI vê alta do PIB de 4,5% em 2011, destaca descompasso

A previsão para a cotação média do dólar em 2011 é de 1,70 real, abaixo da média estimada este ano de 1,76 real

A CNI também prevê que a taxa básica de juro deve voltar a aumentar, chegando a 12 por cento no final de 2011 (Arquivo/ Exame)
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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 17h35.

Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) previu nesta terça-feira uma desaceleração da economia em 2011 e alertou para um corrente descompasso entre a evolução da demanda doméstica e da produção.

A entidade previu que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 4,5 por cento em 2011, após uma alta estimada de 7,6 por cento este ano. No mesmo período, o crescimento do PIB industrial cairá para 4,5 por cento, frente ao patamar de expansão de 10,9 por cento este ano.

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"Passada a crise financeira, a euforia da recuperação vista no início do ano, a economia brasileira caminha em uma trajetória de convergência ao seu potencial de crescimento", disse a CNI, em informe.

A demanda doméstica continuirá forte no próximo ano, com o consumo das famílias devendo crescer 5,1 por cento e os investimentos, 13,5 por cento.

Contudo, a entidade alertou que a produção não tem crescido em ritmo suficiente para acompanhar a demanda, e argumentou que a valorização cambial está na raiz deste problema.

A previsão para a cotação média do dólar em 2011 é de 1,70 real, abaixo da média estimada este ano de 1,76 real. O saldo positivo da balança comercial, por sua vez, deverá diminuir para 4 bilhões de dólares, de estimados 15 bilhões de dólares este ano.

A CNI também prevê que a taxa básica de juro deve voltar a aumentar, chegando a 12 por cento no final de 2011.

"A provável alta dos juros em resposta à aceleração da inflação, irá criar maior pressão sobre o câmbio, exacerbando as dificuldades de competição dos produtos brasileiros", afirmou a CNI.

Margens de lucro

A alta dos juros só não será maior porque o cenário da CNI contempla uma redução do caráter expansionista da política fiscal do governo e o corte de 19 bilhões de reais nas despesas previstas na proposta orçamentária.

Caso esses cortes não ocorram, "mais uma vez a conta pelo controle da inflação deve ser paga pela política monetária", disse a CNI.

O presidente da entidade, Robson Andrade, destacou que os próprios empresários têm papel a cumprir no esforço de evitar altas adicionais de juros que levem a mais valorização do real.

Em um cenário de estabilidade econômica, argumentou, é possível para as empresas evitar aumentar pontualmente suas margens de lucro para absorver aumentos de custos e diluir esse impacto em prazos mais longos.

"Com os empresários raciocinando no médio e longo prazos, as margens podem ser mantidas constantes", afirmou.

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