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CNDL: Natal deverá ser o melhor da história pós-inflação

Expectativa da entidade é de um crescimento de 12% no comércio, em relação a 2009

Shopping Center 3, em São Paulo: Norte e Nordeste terão maior alta nas vendas, diz CNDL (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)
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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 14h20.

Brasília - O Natal deste ano deverá ser o melhor da história após a inflação, na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior. A expectativa da entidade é de um crescimento de 12% em relação às vendas do ano passado. "Na época da inflação, não dava para medir o que era crescimento e o que era inchaço, mas seguramente o crescimento das vendas no Natal deste ano será o maior desde 1993", afirmou Pellizzaro.

Segundo ele, com o câmbio valorizado, deverá também haver crescimento significativo nas compras de produtos produzidos no exterior, sobretudo de eletrônicos. "Será também o Natal dos importados", completou.

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De acordo com Pellizzaro, o consumo no fim deste ano será impulsionado pela melhora nos níveis de emprego e renda no País, que também influenciou as demais datas festivas do ano, como o Dia das Mães, dos Namorados e das Crianças. "Tudo que prevíamos nas demais ocasiões foi superado. Com o aumento da renda, o brasileiro está presenteando mais", disse.

Para a CNDL, os maiores crescimentos devem ocorrer nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, acrescentou Pellizzaro, ao contrário das outras datas, o Natal "oxigena" todos os segmentos do varejo. A estimativa é que o valor médio dos produtos comprados este ano aumente 15%. "As pessoas vão dar presentes melhores dessa vez", acrescentou.

O bom desempenho também deve se refletir na maior contratação de temporários, que deve crescer 20% na comparação com 2009. Segundo o executivo, como as expectativas para o comércio em 2011 seguem positivas, 15% destes trabalhadores podem ser efetivados nessas vagas, superando a média de 10% dos últimos anos.


Crédito

As medidas de restrição ao crédito anunciadas no início do mês pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) não devem afetar as vendas no Natal deste ano, na avaliação de Roque Pellizzaro Junior. No entanto, o comércio em 2011 deve sofrer o impacto da menor disponibilidade de recursos para empréstimos.

"As medidas têm impacto zero neste natal, porque a maior parte das vendas no varejo no período é de produtos de baixo valor agregado, que não são adquiridos por meio de crédito de longo prazo", afirmou Pellizzaro. "Além disso, se a retenção de compulsório retira R$ 61 bilhões do mercado, os pagamentos do 13º salário injetam cerca de R$ 102 bilhões na economia este mês", completou.

Para o decorrer de 2011, no entanto, não há essa compensação. Para o executivo, outra preocupação dos comerciantes é em relação à provável elevação da taxa básica Selic no início do próximo ano. "O aumento de juros sempre penaliza a iniciativa privada", disse.

Embora projete uma ligeira restrição nas vendas de automóveis e eletrodomésticos a partir de janeiro, Pellizzaro acredita na recuperação rápida do mercado. "A vontade do consumidor é grande", acrescentou.

Cartões

O executivo também afirmou ser "100% favorável" à nova regulamentação do setor de cartões de crédito, aprovada pelo CMN no fim de novembro. Para ele, no entanto, as alterações foram insuficientes. "Precisaria mais, pois os consumidores continuaram reféns da areia movediça do crédito rotativo uma vez que não foi estabelecido um teto para os juros cobrados no cartão", disse.

Para ele, a abertura do mercado brasileiro a novas credenciadoras deve causar, no médio prazo, um impacto nos preços para os lojistas e, consequentemente, para os consumidores. "A concorrência traz os preços para a realidade e o consumidor vai começar a sentir isso, com mais facilidade na utilização do cartão, que se torna mais atrativo para o comerciante", concluiu.

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