Choque foi suficiente na passarela, dizem engenheiros
Para profissionais, choque da caçamba do caminhão foi suficiente para acidente, sem que passarela tivesse alguma falha estrutural
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 17h36.
Rio - Três engenheiros ouvidos pela reportagem concordaram: o choque da caçamba do caminhão foi suficiente para derrubar a passarela da Linha Amarela, sem que, necessariamente, ela tivesse alguma falha estrutural.
O fato de o caminhão trafegar a 85 quilômetros horários fez com que o peso jogado contra a estrutura fosse de, aproximadamente, cem toneladas, o que faria tombar qualquer passarela metálica, de acordo com eles, ou até mesmo uma de concreto.
O engenheiro de transportes Luiz Carneiro, diretor do Clube de Engenharia, levantou três hipóteses para o acidente: de o motorista ter alçado a caçamba para esconder a placa, uma vez que dirigia na Linha Amarela antes do horário permitido; de ter acionado, acidentalmente, a elevação da caçamba, e não ter percebido ou tido tempo para abaixá-la, e ainda de a caçamba ter subido por um defeito mecânico.
"Não havia nenhum motivo para ele estar com a caçamba para cima", afirmou. De acordo com Caneiro, a passarela não foi - e não tem mesmo de ser - dimensionada para esse tipo de colisão. "Se fosse, estaria superdimensionada, seria um gasto de dinheiro à toa." Ele e outros dois especialistas calcularam em 15 ou 20 toneladas o peso da ponte para pedestres.
Moradores de favelas que ficam à margem da Linha Amarela afirmaram que aconteceram acidentes semelhantes anteriores, mas que não chegaram a causar abalo. "A Lamsa (Linha Amarela S.A.) chegou a fazer manutenção no ano passado, depois de uma batida, mas verificaram que não tinha abalado", disse o líder comunitário Alexander Gomes da Silva, do Complexo União de Del Castilho. "É a terceira vez que um caminhão bate ali", afirmou o morador Luís Felipe Silva de Lima, da Favela do Guarda.
O engenheiro especializado em estruturas Antônio Eulalio, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio, lembrou que esse tipo de passarela para pedestres é projetada para suportar 500 quilos por metro quadrado, o equivalente ao peso médio de sete transeuntes.
O engenheiro calculista Manoel Lapa, também especialista em estruturas, ressaltou que nesse tipo de projeto não é levado em conta o risco de um acidente como o desta terça-feira. "A probabilidade é muito pequena. Se for considerar todo tipo de risco, o custo de construção fica muito alto". Carneiro apontou que essas ocorrências não são tão raras assim. Ele citou o caso de uma ponte, na Avenida Brasil, que desabou parcialmente em 2011 com o choque de um caminhão que transportava um trator.
Rio - Três engenheiros ouvidos pela reportagem concordaram: o choque da caçamba do caminhão foi suficiente para derrubar a passarela da Linha Amarela, sem que, necessariamente, ela tivesse alguma falha estrutural.
O fato de o caminhão trafegar a 85 quilômetros horários fez com que o peso jogado contra a estrutura fosse de, aproximadamente, cem toneladas, o que faria tombar qualquer passarela metálica, de acordo com eles, ou até mesmo uma de concreto.
O engenheiro de transportes Luiz Carneiro, diretor do Clube de Engenharia, levantou três hipóteses para o acidente: de o motorista ter alçado a caçamba para esconder a placa, uma vez que dirigia na Linha Amarela antes do horário permitido; de ter acionado, acidentalmente, a elevação da caçamba, e não ter percebido ou tido tempo para abaixá-la, e ainda de a caçamba ter subido por um defeito mecânico.
"Não havia nenhum motivo para ele estar com a caçamba para cima", afirmou. De acordo com Caneiro, a passarela não foi - e não tem mesmo de ser - dimensionada para esse tipo de colisão. "Se fosse, estaria superdimensionada, seria um gasto de dinheiro à toa." Ele e outros dois especialistas calcularam em 15 ou 20 toneladas o peso da ponte para pedestres.
Moradores de favelas que ficam à margem da Linha Amarela afirmaram que aconteceram acidentes semelhantes anteriores, mas que não chegaram a causar abalo. "A Lamsa (Linha Amarela S.A.) chegou a fazer manutenção no ano passado, depois de uma batida, mas verificaram que não tinha abalado", disse o líder comunitário Alexander Gomes da Silva, do Complexo União de Del Castilho. "É a terceira vez que um caminhão bate ali", afirmou o morador Luís Felipe Silva de Lima, da Favela do Guarda.
O engenheiro especializado em estruturas Antônio Eulalio, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio, lembrou que esse tipo de passarela para pedestres é projetada para suportar 500 quilos por metro quadrado, o equivalente ao peso médio de sete transeuntes.
O engenheiro calculista Manoel Lapa, também especialista em estruturas, ressaltou que nesse tipo de projeto não é levado em conta o risco de um acidente como o desta terça-feira. "A probabilidade é muito pequena. Se for considerar todo tipo de risco, o custo de construção fica muito alto". Carneiro apontou que essas ocorrências não são tão raras assim. Ele citou o caso de uma ponte, na Avenida Brasil, que desabou parcialmente em 2011 com o choque de um caminhão que transportava um trator.