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Chapa tripla do PT "engana flagrantemente" o eleitor, diz Ciro

Para candidato, se senso comum estiver certo, Lula não poderá ser candidato e, assim, chapa anunciada pelo PT seria meio de enganar eleitorado

Ciro Gomes: "Independente das pessoas, especialmente o Haddad e a Manuela que são queridos amigos, eu estou preocupado porque isso é um convite para o país dançar a beira do abismo" (Sergio Lima/Bloomberg)

Ciro Gomes: "Independente das pessoas, especialmente o Haddad e a Manuela que são queridos amigos, eu estou preocupado porque isso é um convite para o país dançar a beira do abismo" (Sergio Lima/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 21h04.

São Paulo - O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse nesta quarta-feira que a chapa presidencial anunciada pelo PT, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cabeça e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice e a deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila, do PCdoB, como futura vice, "engana flagrantemente" o eleitor.

Após palestra para investidores em São Paulo, Ciro afirmou a jornalistas que representa um projeto diferente do defendido pelo PT e, durante sua fala aos investidores, disse que jamais esperou ter o apoio dos partidos do chamado blocão, embora tenha admitido que negociou com o grupo.

"Independente das pessoas, especialmente o Haddad e a Manuela que são queridos amigos, eu estou preocupado porque isso é um convite para o país dançar a beira do abismo", disse Ciro quando indagado sobre a chapa presidencial anunciada pelo PT nesta semana.

"Há uma imensa gratidão justa, merecida, de fração importante do povo brasileiro com o Lula. Mas isso daí é suficiente para deixar todas as regras de lado e colocar uma dinâmica que hoje é vice, mas não vai ser vice, depois não vai ser vice, não vai mais ser vice, como é que vai ser isso? Isso gera uma confusão", afirmou.

Para Ciro, se o senso comum estiver certo, Lula não poderá ser candidato por conta da Lei da Ficha Limpa e, assim, a chapa anunciada pelo PT seria uma forma de enganar o eleitorado.

"Está sendo enganado flagrantemente. Porque até as pedras no caminho, se o senso comum estiver correto, o Lula não vai ser candidato", disse aos jornalistas.

Sobre as conversas que teve com o blocão --grupo formado por PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade-- Ciro afirmou aos investidores que procurou adiantar negociações sobre agenda legislativa caso fosse eleito. Mas que jamais esperou conseguir o apoio eleitoral dessas siglas, que acabaram decidindo apoiar o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

"Eles fizeram (negociação com Ciro) para agravar o preço deles para o Alckmin", avaliou o presidenciável do PDT.

Durante a palestra, promovida pelo banco BTG Pactual também com outros candidatos ao Palácio do Planalto, Ciro disse à plateia que não se reconhece no "monstro" que pintam dele, numa referência a comentários recorrentes sobre seu temperamento.

O pedetista também negou ser "um aloprado" e disse que esta será a última vez que disputará a Presidência da República. Ao mesmo tempo, garantiu que, se eleito, restaurará a democracia constitucional e a ordem.

"É a última vez que eu vou disputar e eu vou dar tudo o que eu puder para ajudar o Brasil a achar um caminho", prometeu.

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