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Centrais pedirão a Temer para não alterar leis trabalhistas

Sindicatos vão pedir que, em eventual governo, vice-presidente não implante as medidas de flexibilização do trabalho propostas pelas entidades patronais


	Vice-presidente Michel Temer: centrais sindicais estão preocupadas com eventual governo de Temer, que passou seis horas reunido com Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Vice-presidente Michel Temer: centrais sindicais estão preocupadas com eventual governo de Temer, que passou seis horas reunido com Paulo Skaf, presidente da Fiesp. (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2016 às 13h41.

São Paulo - Quatro centrais sindicais - UGT, Força Sindical, CTB e Nova Central - devem se reunir nesta terça-feira, 26, com Michel Temer para pedir ao vice-presidente que, em um eventual governo, não sejam adotadas mudanças na área trabalhista defendidas por empresários.

"Vemos com preocupação a defesa de empresários, liderados pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que esteve ontem (domingo) por seis horas com Temer, de temas como a flexibilização genérica na área trabalhista", disse o presidente da UGT, Ricardo Patah, que representa cerca de 10 milhões de empregados.

"Somos contrários a pontos como a terceirização dos trabalhadores e que o negociado prevaleça sobre o legislado."

Patah elogiou a capacidade de diálogo e a disposição de negociação do vice-presidente da República, mas disse que as centrais irão alertá-lo de que há temas que não podem ir adiante, como o projeto de terceirização aprovado na Câmara, que permitirá que todo o trabalhador celetista seja terceirizado.

"O projeto visa redução de salários, que são baixos e custam muito para os empresários, temos também consciência disso", disse. "Mais importante é adotar outras reformas, como a tributária, administrativa e também a política."

Na avaliação de Patah, a crise econômica e social no Brasil é muito grave e o governo precisa adotar medidas para que o ajuste fiscal não afete exclusivamente os assalariados.

"Há dez milhões de pessoas desempregadas no Brasil. Há alternativas. Recursos do Codefat podem ser destinados ao seguro-desemprego, podem ser adotadas políticas de estímulo ao crédito, de avanço das exportações. Mas não é possível que o ajuste seja feito somente sobre as costas dos trabalhadores."

Ele fez os comentários antes de participar de um evento promovido pela UGT nesta segunda-feira que trata da participação de centrais sindicais nas comemorações do dia 1º de Maio.

Ricardo Patah deixou claro que a UGT é contrária à reforma da Previdência Social. "Só poderemos discutir mudanças na Previdência com um conjunto de políticas mais amplas. Por exemplo: os salários e os benefícios das mulheres precisam ser iguais aos dos homens, o que não existe hoje."

Ele destacou que a posição da central sindical que dirige não tem uma coloração política única. "Não fomos contra nem a favor do impeachment", disse.

"Vamos cobrar muito do governo Dilma, se continuar, ou do governo Temer. Numa administração ou na outra, vamos continuar vigilantes e fazendo reivindicações, pois vamos passar ainda por situações complexas e difíceis."

Segundo Patah, as centrais se articularam e solicitaram a reunião com Temer neste momento em que várias representações, inclusive empresariais, estão fazendo o mesmo.

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