Brasil

Centrais discutem com Alckmin salário mínimo paulista

As centrais articulam encontros com governadores para reivindicar uma elevação do vencimento superior à inflação acumulada de 2010

O reajuste defendido pelas centrais sindicais é de 13,7%, o que elevaria o valor para R$ 580 (José Cruz/ABr)

O reajuste defendido pelas centrais sindicais é de 13,7%, o que elevaria o valor para R$ 580 (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 15h37.

Na esteira das negociações por um aumento real do salário mínimo nacional, as centrais sindicais querem deflagrar nos próximos dias um esforço para pressionar por um reajuste também nos pisos regionais. As centrais articulam encontros com governadores para reivindicar uma elevação do vencimento superior à inflação acumulada de 2010, que foi de 6,47% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE.

A estratégia visa pressionar o governo federal a elevar o valor do mínimo, fixado em R$ 540 desde o dia 1º de janeiro. As centrais terão reunião amanhã com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

O evento, um café da manhã, foi agendado pelo Palácio dos Bandeirantes. "O convite partiu do governador e irá tratar de um primeiro contato com o movimento sindical", disse o presidente da Força Sindical em São Paulo, Danilo Pereira da Silva. "Mas o salário mínimo regional está no contexto e deve ser um dos principais assuntos abordados", acrescentou. De acordo com o dirigente, a central sindical ainda não definiu o valor do piso regional a ser reivindicado. Atualmente, o salário mínimo paulista varia de R$ 560 a R$ 580, dependendo da ocupação.

"O primeiro passo é repor a inflação do ano passado, mas, levando em conta que o Estado concentra 34% do PIB, seria ideal começar por R$ 600", ressaltou Pereira da Silva, lembrando que o valor foi uma das promessas do PSDB na campanha à sucessão presidencial de 2010.

O presidente da Centra Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo, Adi dos Santos, defendeu também um reajuste do mínimo que leve em conta o peso do Estado na produção nacional. O dirigente pregou que o cálculo do reajuste do vencimento seja calcado nos critérios estabelecidos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que leva em conta o custo de vida em São Paulo.

O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, informou que a entidade articula um encontro com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), para tratar do tema. "Nós temos adotado em todos os Estados a política de buscar anualmente a valorização dos pisos." De acordo com ele, reuniões semelhantes são negociadas com os governadores do Paraná e de Santa Catarina. "Essa discussão é importante nesse momento, porque acaba contribuindo para pressionar o piso nacional", afirmou.

O reajuste defendido pelas centrais sindicais para o mínimo nacional é de 13,7% sobre o vencimento do ano passado, de R$ 510 o que elevaria o valor para R$ 580. Ontem, as entidades enviaram ao Palácio do Planalto solicitação de audiência com a presidente Dilma Rousseff para apresentar as reivindicações. Além do salário mínimo, as entidades pretendem apresentar à presidente proposta que eleva o reajuste dado às aposentarias superiores a um salário mínimo e que corrige a tabela do Imposto de Renda (IR) pelo INPC acumulado em 2010.

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