(Sally Anscombe/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 10h00.
Última atualização em 27 de outubro de 2023 às 15h06.
A população de crianças do Brasil é de 19,8% do total de habitantes, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 2010, quando foi realizada a última pesquisa, esse recorte da população diminuiu, e chegou ao menor número desde 1980, quando era de 38,2%. A queda começou a ser observada em 1991, quando o percentual caiu para 34,7%. Teve redução novamente em 2000 para 29,6% e chegou a 24,1% em 2010, antes de atingir o patamar atual.
O levantamento do IBGE aponta que os grupos mais jovens passaram a representar menores proporções da população total, relativamente aos grupos de adultos e idosos, o que resulta em um envelhecimento gradual da população.
"Esse fenômeno tem como principal indutor a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo os idosos", aponta o estudo.
Ao observar a idade mediana, que significa a idade na qual é possível dividir uma população entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos, o Brasil ficou seis anos mais velho em relação ao Censo de 2010.
Em 2022, a idade mediana era de 35 anos, enquanto em 2010 passou para 29 anos. O estado com a maior idade mediana é o Rio Grande do Sul, 38 anos, seguido de Rio de Janeiro, com 37, e Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, todos com 36.
A maioria dos estados brasileiro têm percentual de população de até 14 anos maior que a média nacional. Entre os estados mais jovens, estão Roraima, Amazonas e Amapá, todos na região Norte do país.
As unidades da federação com menor percentual de crianças são do Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul, com apenas 17,5%.
Na comparação, Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as regiões brasileiras com a maior proporção de crianças de até 14 anos, acima da média nacional. Sul e Sudeste estão abaixo da média nacional, com apenas 18,5% e 18%, respectivamente.
O aumento de idosos e diminuição de crianças são parte da transição demográfica iniciada na década de 1940, segundo o IBGE, quando houve alteração dos altos níveis de mortalidade e fecundidade, para baixos níveis de ambas as componentes demográficas.
As melhores condições sanitárias e avanços na área de saúde diminuíram a mortalidade da população, ao mesmo tempo que a maior urbanização, maior inserção da mulher no mercado de trabalho e avanços no planejamento reprodutivo com uma maior utilização de métodos contraceptivos diminuíram a taxa de nascimento.
"A partir do Censo Demográfico 1991, os nascimentos diminuem de forma constante, alterando o formato clássico da pirâmide etária de um país jovem, para uma pirâmide com o seu meio e topo relativamente mais inchados", justifica a pesquisa.