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Ceará usa estratégia adotada em Brumadinho para conter expansão do óleo

As medidas preventivas começaram a ser usadas para evitar que outras praias e rios sejam alcançadas pelo vazamento de óleo que atinge o Nordeste

Nordeste: praias do litoral brasileiro foram tomadas por óleo de vazamento (Adriano Machado/Reuters)

Nordeste: praias do litoral brasileiro foram tomadas por óleo de vazamento (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 16h23.

Fortaleza — Medidas preventivas começaram a ser adotadas para evitar que outras praias e rios do Ceará sejam alcançadas pelo vazamento de óleo que atinge o Nordeste. A exemplo de outros Estados, como Pernambuco e Sergipe, o governo cearense iniciou a instalação de barreiras para contenção da substância.

O titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Ceará, Artur Bruno, explicou que óleo que atinge Nordeste é denso e penetra até meio metro de profundidade na água e, portanto, as contenções utilizadas para barrar a substância até o momento não estão sendo eficazes. Após um estudo realizado com apoio da Marinha, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e de empresas privadas, chegou-se a esse novo método, já utilizado em Brumadinho (MG).

"Colocamos uma barreira comum em cima, fixamos uma aba especial de rede no fundo do mar e adicionamos correntes em baixo para que funcionasse como uma espécie de âncora. Dessa forma, a mantra que tem de três a quatro metros de profundidade segura o óleo", disse o titular da pasta.

Inicialmente, as redes estão sendo colocadas na foz do Rio Jaguaribe, em Fortim, município distante cerca de 132,8 quilômetros de Fortaleza. Serão três equipamentos em pontos específicos do local. Duas delas já foram posicionadas e a terceira tem conclusão prevista para este domingo, 10.

Segundo o governo do Ceará, o equipamento possui 1,2 mil metros de extensão. O secretário da Sema afirmou que as barreira foram posicionada nas duas margens e em outro ponto mapeado. Com isso, caso as manchas de óleo ultrapassem uma das barreiras, ficariam presas nas contenções seguintes.

A opção por subdividir o material em três partes acontece para não bloquear a navegabilidade da área, que possui tráfego intenso devido à pesca e ao turismo. A ação foi realizada em comum acordo com a Colônia de Pescadores e a Secretaria de Meio Ambiente de Fortim.

Caso a experiência com a medida obtenha êxito, elas serão aplicadas em outros locais do Estado. "Nós acreditamos que é eficiente. Há monitoramento do equipamento 24 horas por dia por uma empresa, em alto mar, com auxílio de barcos", destacou Bruno.

Segundo balanço do Ibama de quinta-feira, 7, 409 localidades do Nordeste foram afetadas pelo óleo. Do total, 28 pontos ficam no Ceará, dos quais 11 ainda apresentam manchas ou fragmentos de petróleo.

Aproximadamente 11 toneladas da substância foram retiradas do Ceará. Nesta semana, sete toneladas foram removidas de praias do município de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza.

Limpeza

O Consórcio do Nordeste, que conta com participação dos chefes dos executivos estaduais da região, colocou o assunto em pauta. Conforme Bruno, há a cobrança de medidas mais incisivas do Governo Federal, pois os Estados têm arcado com despesas de limpeza dos rios, por exemplo, e a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que, segundo o secretário, tem alto custo. O colegiado vai requerer ainda uma reunião com ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para tratar do assunto.

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