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CCJ aprova projeto sobre voto majoritário para vereador

Senadores da CCJ aprovaram projeto que institui o voto majoritário para a escolha de vereadores em municípios acima de 200 mil eleitores


	Urna eletrônica: projeto prevê que uma cidade será dividida em distritos, em igual número ao das vagas da respectiva Câmara Municipal
 (Elza Fiúza/ABr)

Urna eletrônica: projeto prevê que uma cidade será dividida em distritos, em igual número ao das vagas da respectiva Câmara Municipal (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2015 às 16h50.

Brasília - Os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovaram nesta quarta-feira, 22, o projeto de lei que institui o voto majoritário para a escolha de vereadores em municípios acima de 200 mil eleitores.

A proposta, de autoria do ex-governador e senador José Serra (PSDB-SP), prevê que uma cidade será dividida em distritos, em igual número ao das vagas da respectiva Câmara Municipal. Cada distrito vai eleger o vereador por maioria simples.

Cada partido ou coligação partidária só poderá registrar um candidato a vereador por distrito e cada vereador terá um suplente. Caberá aos Tribunais Regionais Eleitorais fixar os distritos, observando a continuidade do território e a igualdade de voto. Se virar lei, a proposta vai alcançar apenas 92 municípios dos mais de 5,5 mil.

A proposta passou pela CCJ em caráter terminativo, o que, pelo regimento do Senado, remete a medida diretamente para a Câmara dos Deputados. Isso só não vai ocorrer se tiver recurso de senadores para apreciação do projeto pelo plenário do Senado.

Serra e peemedebistas defendem a aprovação da proposta pelo Congresso antes de outubro deste ano, a fim de as novas regras poderem valer para as eleições municipais de 2016.

Os integrantes da comissão, contudo, firmaram um acordo por meio do qual eles vão aprovar o texto como está no Senado e procurar lideranças da Câmara a fim de eventualmente discutir a alteração do sistema de votação para os vereadores para um voto distrital misto.

Esse modelo é uma combinação do voto majoritário, previsto na proposta de Serra, e do voto proporcional, sistema de eleição atualmente adotado. A Câmara já instalou uma comissão especial para discutir a reforma política.

Coube ao senador Roberto Rocha (PSB-MA) levantar a discussão sobre a adoção do sistema de voto distrital misto. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o acordo demonstrará um "avanço grande" do Senado na discussão da reforma política. O relator da proposta e líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), concordou com o acordo e ainda admitiu que não tem "nenhuma objeção" do sistema distrital misto. "Pelo contrário, sou até a favor (da proposta)", disse o peemedebista.

Dois senadores do PT, Humberto Costa (PE), líder do partido na Casa, e José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso, votaram contrariamente à proposta.

Para Humberto Costa, o modelo previsto no projeto de Serra vai impedir que minorias consigam se eleger. "Nós vamos ter sem dúvida a impossibilidade que essas Câmaras possam refletir essa diversidade que é própria da sociedade", criticou o petista. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), outro voto contrário, foi um dos poucos que criticaram o projeto original de Serra. Segundo ele, a adoção do sistema distrital para vereadores pode levar a um bipartidarismo.

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