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Cavendish não tem nada a dizer na CPI, diz advogado

Defensor informou nesta terça que o empresário não tem nada a dizer ou a contribuir com a CPI do Cachoeira

Fernando Cavendish, dono da construtora Delta (Julio Bittencourt)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 19h56.

Rio - Nem homem bomba, nem homem estalinho. O advogado Técio Lins e Silva, que representa Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, informou nesta terça que o empresário não tem nada a dizer ou a contribuir com a CPI do Cachoeira - que deve aprovar nesta quinta requerimento para sua convocação. O criminalista disse também que estuda se o empreiteiro ficará calado, se vai limitar suas declarações a uma exposição inicial ou se solicitará um habeas corpus preventivo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Essa história de que ele é o homem bomba não existe. Ele não é nem homem estalinho", disse Lins e Silva. "Cavendish tornou-se um símbolo, um alvo da CPI, quando não tem relação direta com nenhuma das pessoas que estão sendo investigadas nas operações Vegas e Monte Carlo (da Polícia Federal). Ele é o presidente do Conselho de Administração da Delta e não tinha nenhuma relação com a gestão da empresa", argumentou o advogado.

Lins e Silva ainda ressaltou que não pretende deixar Cavendish exposto a "humilhações, tortura ou sadismo". Segundo ele, a comissão está analisando uma proposta para alterar os ritos nos depoimentos. Ao invés de dispensar as testemunhas que invocam o direito de não responder as perguntas dos parlamentares, a CPI passaria a obrigar os depoentes a ouvir todos os questionamentos antes de liberá-los.

"O rito estabelecido foi o de dispensa do depoente. Mudar isso transforma o processo num ritual de massacre e sadismo. Se uma pessoa diz que não quer conversa, essa conversa se encerra. Insistir nisso serve apenas para um espetáculo de exibicionismo", criticou o advogado de Cavendish.


Lins e Silva deu pistas da estratégia da defesa do dono da Delta. O advogado repete que Cavendish não tinha conhecimento das atividades irregulares que, segundo ele, o então diretor da empresa no centro-oeste, Cláudio Abreu, promovia em parceria com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. E ainda cita números: a região respondia por apenas 4% do total do faturamento da Delta nacional.

O criminalista ainda destacou que Cavendish passa por momentos pessoais muito difíceis e que está muito fragilizado. No último dia 17, completou um ano do acidente de helicóptero no litoral da Bahia que provocou a morte da mulher do empreiteiro, Jordana, de seu enteado, Luca, e de outras cinco pessoas.

Foi a partir dessa tragédia que tornou-se pública a relação de amizade entre o dono da Delta e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB). O peemedebista, seu filho Marco Antonio e a namorada dele, Mariana Noleto, integravam o grupo que participava dos festejos num resort de luxo em Trancoso. Mariana também morreu na queda do helicóptero.

Nas primeiras semanas da CPI, o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) divulgou fotos e vídeos de outras viagens do governador com o empresário a Paris e Montecarlo. A convocação do peemedebista à CPI chegou a ser proposta, mas o requerimento foi recusado.

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Rio - Nem homem bomba, nem homem estalinho. O advogado Técio Lins e Silva, que representa Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, informou nesta terça que o empresário não tem nada a dizer ou a contribuir com a CPI do Cachoeira - que deve aprovar nesta quinta requerimento para sua convocação. O criminalista disse também que estuda se o empreiteiro ficará calado, se vai limitar suas declarações a uma exposição inicial ou se solicitará um habeas corpus preventivo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Essa história de que ele é o homem bomba não existe. Ele não é nem homem estalinho", disse Lins e Silva. "Cavendish tornou-se um símbolo, um alvo da CPI, quando não tem relação direta com nenhuma das pessoas que estão sendo investigadas nas operações Vegas e Monte Carlo (da Polícia Federal). Ele é o presidente do Conselho de Administração da Delta e não tinha nenhuma relação com a gestão da empresa", argumentou o advogado.

Lins e Silva ainda ressaltou que não pretende deixar Cavendish exposto a "humilhações, tortura ou sadismo". Segundo ele, a comissão está analisando uma proposta para alterar os ritos nos depoimentos. Ao invés de dispensar as testemunhas que invocam o direito de não responder as perguntas dos parlamentares, a CPI passaria a obrigar os depoentes a ouvir todos os questionamentos antes de liberá-los.

"O rito estabelecido foi o de dispensa do depoente. Mudar isso transforma o processo num ritual de massacre e sadismo. Se uma pessoa diz que não quer conversa, essa conversa se encerra. Insistir nisso serve apenas para um espetáculo de exibicionismo", criticou o advogado de Cavendish.


Lins e Silva deu pistas da estratégia da defesa do dono da Delta. O advogado repete que Cavendish não tinha conhecimento das atividades irregulares que, segundo ele, o então diretor da empresa no centro-oeste, Cláudio Abreu, promovia em parceria com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. E ainda cita números: a região respondia por apenas 4% do total do faturamento da Delta nacional.

O criminalista ainda destacou que Cavendish passa por momentos pessoais muito difíceis e que está muito fragilizado. No último dia 17, completou um ano do acidente de helicóptero no litoral da Bahia que provocou a morte da mulher do empreiteiro, Jordana, de seu enteado, Luca, e de outras cinco pessoas.

Foi a partir dessa tragédia que tornou-se pública a relação de amizade entre o dono da Delta e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB). O peemedebista, seu filho Marco Antonio e a namorada dele, Mariana Noleto, integravam o grupo que participava dos festejos num resort de luxo em Trancoso. Mariana também morreu na queda do helicóptero.

Nas primeiras semanas da CPI, o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) divulgou fotos e vídeos de outras viagens do governador com o empresário a Paris e Montecarlo. A convocação do peemedebista à CPI chegou a ser proposta, mas o requerimento foi recusado.

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