Acompanhe:

Casos suspeitos de febre amarela avançam 25%

Minas Gerais concentra quase a totalidade dos registros: 84 confirmações, com 40 óbitos

Modo escuro

Continua após a publicidade
Febre amarela: desde 1980, o pico havia sido em 2000, quando foram confirmados 85 casos (Reprodução/Reprodução)

Febre amarela: desde 1980, o pico havia sido em 2000, quando foram confirmados 85 casos (Reprodução/Reprodução)

E
Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às, 09h05.

São Paulo - O Brasil vive o pior surto de febre amarela desde 1980, quando os dados da doença começaram a ser registrados pelo Ministério da Saúde. Até quinta-feira, 26, foram confirmados 88 casos, com 43 mortes.

Minas concentra quase a totalidade dos registros: 84 confirmações, com 40 óbitos.

Além da explosão dos números, a infecção se alastra pelo País. Mato Grosso do Sul e Goiás, que este ano ainda não haviam notificado suspeitas, informaram quinta-feira, 26 dois casos sob investigação.

Desde 1980, o pico havia sido em 2000, quando foram confirmados 85 casos. Os registros em análise também subiram de forma expressiva. Em Minas, são 383. No Espírito Santo, Estado que até este ano nunca havia registrado nada, 32. Outros 6 estão em análise na Bahia. Contando casos de Mato Grosso do Sul e Goiás, são 423 suspeitas.

Para o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, o que mais chama a atenção no surto deste ano é a velocidade de expansão. Os primeiros registros foram em Minas, no início do mês. Depois disso, o governo mineiro já notificou 486 casos, em 51 municípios. Desse total, 19 foram descartados, 84 foram confirmados e 383 estão em análise.

Hage afirma não haver uma explicação para a expansão de casos tão rápida. Ele avalia ser remota, por exemplo, a possibilidade de que o surto deste ano seja provocado por um vírus mais agressivo. "O vírus da febre amarela é bastante estável." O diretor, no entanto, chama a atenção para a localização dos primeiros casos: cidades mineiras onde as taxas de imunização contra a doença são consideradas baixas e municípios do Espírito Santo, onde até este ano não havia registro de casos e, justamente por isso, não tinham indicação para vacina.

Tanto Mato Grosso do Sul quanto Goiás são Estados classificados como área de risco para febre amarela e, portanto, onde a vacinação contra a doença é feita de forma rotineira. Mesmo assim, foram enviadas para Goiás 30 mil doses extras de vacina. Para Mato Grosso do Sul, outras 25 mil.

A vacina contra febre amarela é indicada para populações que residem em 18 Estados, além do Distrito Federal. A imunização pode ser feita a partir dos 6 meses de idade, desde que respeitadas contraindicações. Embora esteja no calendário vacinal de boa parte do território do País, a cobertura nacional é baixa: 65%. O recomendado é que pelo menos 95% da população da área de risco esteja imunizada contra a doença.

Apesar de a baixa cobertura vacinal ser evidente, a prioridade, neste momento, será imunizar as áreas consideradas de maior risco: Estados onde há casos suspeitos e confirmados de febre amarela, municípios próximos das regiões atingidas e áreas com registros de morte de macacos. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, afirmou que somente passado o surto um esforço deverá ser feito para tentar melhorar a cobertura vacinal de Estados onde há recomendação da vacina, mas que apresentam indicadores considerados ruins. Também será discutida a ampliação da recomendação da vacina para todas as crianças do Brasil, e não apenas para as regiões consideradas de risco.

Rio e São Paulo

O Ministério da Saúde tem afirmado que a produção de vacina no País é suficiente para atender o aumento da demanda. Na quinta-feira, 26, o governo do Rio solicitou uma segunda remessa, de 350 mil doses. O Estado já havia solicitado e recebido outras 350 mil doses, que começaram a ser distribuídas às prefeituras fluminenses na terça-feira.

Em São Paulo, a vacina contra a doença está em falta na maioria das clínicas particulares da capital paulista, segundo levantamento da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp). "Os lotes importados, do laboratório Sanofi Pasteur, terminaram por causa da grande procura", disse a entidade, em nota divulgada na quinta-feira, 26.

Questionada, a Sanofi Pasteur afirmou que a distribuição das doses da vacina "encontra-se dentro da normalidade no mercado privado brasileiro" e acaba de receber um novo lote do produto, que deverá começar a ser distribuído em todo território nacional no início de fevereiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimas Notícias

Ver mais
Brasil atinge 2 milhões de casos prováveis de dengue
Brasil

Brasil atinge 2 milhões de casos prováveis de dengue

Há 10 horas

Sem sintomas e mortal: bactéria rara se espalha em ritmo recorde no Japão
Ciência

Sem sintomas e mortal: bactéria rara se espalha em ritmo recorde no Japão

Há 2 dias

Como a terapia genética mudou a vida dos pacientes com doença falciforme
Ciência

Como a terapia genética mudou a vida dos pacientes com doença falciforme

Há 4 dias

Celine Dion declara seu desejo de voltar aos palcos; entenda a doença rara da cantora
Pop

Celine Dion declara seu desejo de voltar aos palcos; entenda a doença rara da cantora

Há 4 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais