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Cármen Lúcia dá 4º voto para condenar Dirceu

Para fundamentar sua decisão sobre Dirceu, a ministra destacou os encontros dele com o empresário Marcos Valério e com outros réus

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 17h22.

Brasília - A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia deu o quarto voto pela condenação por corrupção ativa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no processo do mensalão. Ela também julgou culpados o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. A sessão foi interrompida para um intervalo e será retomada com o voto dos outros ministros.

Para fundamentar sua decisão sobre Dirceu, a ministra destacou os encontros dele com o empresário Marcos Valério e com outros réus. Ela destacou que Valério tinha ligações próximas com o Banco Rural e inclusive marcou reuniões de Dirceu com dirigentes da instituição. Ressaltou que em seu depoimento Delúbio afirmou que suas ações tinham respaldo. Para ela, Dirceu era um dos que dava esse respaldo ao ex-tesoureiro petista. "Não tenho como descaracterizado os indícios e provas que houve vantagem indevida que tenha sido ofertada e garantida pelo réu José Dirceu", disse.

Ela afirmou ainda em seu voto que não estava levando em consideração as benesses oferecidas por integrantes do grupo à ex-mulher de Dirceu, Ângela Saragoza. Na visão de Cármen, a atuação nesse caso é típica de lobistas, como Marcos Valério. "Sabemos que os lobistas fazem isso. Pessoas como Marcos Valério fazem isso, procuram uma pessoa em qualquer situação de projeção, verificam alguém que precisa de ajuda, fazem a oferta e se imputa a alguém que detenha o cargo". Apesar de descaracterizar essa parte da acusação, a ministra entendeu que os encontros com Valério e outros integrantes do grupo eram o suficiente para assentar a culpa de Dirceu.

Com o voto de Cármen, já há maioria pela condenação de cinco dos dez réus em julgamento nessa fase: Delúbio Soares, Marcos Valério, os ex-sócios de Valério nas agências Cristiano Paz e Ramon Hollerbach e a ex-diretora financeira da SMP&B Simone Vasconcelos. Estão absolvidos, também com maioria de seis votos, a ex-funcionária da SMP&B Geiza Dias e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

No caso de José Genoino, são cinco votos pela condenação, faltando apenas mais um para se afixar sua culpa. Em relação a Dirceu e ao ex-advogado das agências de publicidade Rogério Tolentino, o placar está em quatro votos a dois pela condenação, faltando mais dois votos para confirmar o juízo de condenação.

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