Carlos Lupi é o 7º ministro a deixar o governo Dilma
Série de denúncias levaram Lupi a pedir demissão na noite de domingo; relembre os ministros que saíram do governo até agora
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h41.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h28.
São Paulo - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é o sétimo a deixar o cargo antes do fim do primeiro ano do governo Dilma. Ele foi alvo de uma série de denúncias de irregularidades, dentre elas, o envolvimento em um esquema de cobrança de propina de ONGs e sindicatos. Outra denúncia apontava que o ministro teria feito uma viagem oficial em um avião fretado pelo dono de uma das ONGs que prestava serviços ao Ministério do Trabalho. Lupi também é suspeito de ter tsido funcionário fantasma da Câmara dos Deputados durante quase seis anos. Seu nome estava na folha de pagamento da Casa, mas ele não aparecia para trabalhar, dedicando-se quase que exclusivamente a atividades partidárias. Após várias rodadas de denúncias contra si, o ministro não conseguiu se sustentar no cargo e pediu demissão na noite de domingo. Em carta publicada no site do ministério, Lupi afirma que deixa a pasta "com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence".
São Paulo - Em outubro, o ministro Orlando Silva não suportou a onda de denúncias de corrupção no Ministério do Esporte e deixou o cargo. Filiado ao PCdoB, ele foi o sexto ministro a sair do governo Dilma. Reportagem da revista Veja trouxe a denúncia de um Policial Militar, que já foi militante do PCdoB, sobre um esquema de desvio de verba pública envolvendo programas do Ministério do Esporte. Teria havido, inclusive, distribuição de dinheiro na garagem do ministério. A presidente Dilma Rousseff escolheu o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para assumir a pasta.
São Paulo – Pedro Novais, do Turismo, foi o quinto ministro do governo Dilma a deixar o cargo. Ele pediu demissão no dia 14 de setembro após denúncias de irregularidades apresentadas pela Folha de S. Paulo.
Em uma das reportagens, Novais era acusado de pagar com dinheiro público o salário de sua governanta. Ele tentou contornar a situação e chegou a declarar que se tratava de uma secretária para assuntos oficiais. Outra notícia mostrava que a mulher do ministro usava regularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular. Em seu lugar, a presidente Dilma Rousseff nomeou o deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA), que tomou posse no dia 16 de setembro.
São Paulo - No dia 17 de agosto, quem dançou foi o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que saiu levando consigo uma coleção de denúncias. Foi acusado por Oscar Jucá Neto, ex-funcionário da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de envolvimento em acertos ilegais entre o ministério e empresas.
Reportagem da revista Veja revelou ainda que o lobista Júlio Fróes atuava em uma sala do prédio do ministério, intermediando negócios e licitações para defender os interesses de empresas nos contratos. Rossi também foi acusado de receber propina em uma licitação. Finalmente, uma reportagem do jornal Correio Braziliense afirmou que o ministro usou algumas vezes o jatinho de uma empresa privada. No dia 23 de agosto, o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) substituiu Rossi, o quarto ministro a cair.
São Paulo - Nelson Jobim, da Defesa, pediu demissão de seu cargo no dia 4 de agosto. Ele foi o único que não saiu do governo por causa de denúncias de irregularidades. A atuação de Jobim já estava bastante desgastada, dada uma série de declarações polêmicas do ministro e reclamações sobre seus colegas e parlamentares.
Um exemplo é a confissão de que ele havia votado em José Serra nas eleições presidenciais. Outro evento que tornou a situação de Jobim ainda mais desconfortável foi o de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, durante seu discurso, Jobim citou o dramaturgo Nelson Rodrigues ao afirmar que, antigamente, “os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos”, enquanto hoje “eles perderam a modéstia e é preciso tolerá-los”. A fala foi interpretada pelo governo como um recado. Jobim, o terceiro ministro a deixar o governo Dilma, foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim. Ele foi o único que não deixou o cargo por denúncias de irregularidades.
São Paulo - Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes, protagonizou uma das principais crises do governo Dilma. A tensão começou depois de denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras. O escândalo envolvia servidores públicos e a cúpula do ministério.
Poucos dias depois da reportagem da revista Veja, o jornal O Globo publicou nova denúncia, desta vez, envolvendo o filho do ministro. Segundo o jornal, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, de 27 anos, era suspeito de enriquecimento ilícito. O patrimônio de uma de suas empresas cresceu 86.500% em apenas dois anos. Nascimento, o segundo ministro a cair, deixou a pasta no dia 6 de julho e foi substituído pelo economista Paulo Sérgio Passos, que era secretário executivo do ministério e assumiu o cargo no dia 12 de julho.
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