FACEBOOK: De acordo com o Facebook, globalmente, cerca de 15 mil pessoas trabalham para a revisão de conteúdos / (Dado Ruvic/File Photo) (Dado Ruvic/Divulgação)
EXAME Hoje
Publicado em 31 de julho de 2018 às 06h46.
Última atualização em 31 de julho de 2018 às 09h22.
Depois de ser acusado de influenciar o resultado das eleições nos Estados Unidos pela disseminação de notícias falsas e de ter sofrido interferência de agentes russos, o Facebook decidiu tomar medidas em prol de uma maior transparência na corrida eleitoral brasileira.
A partir desta terça-feira, os candidatos que desejam pagar para impulsionar suas postagens na rede social deverão se registrar no Facebook. A medida, anunciada na semana passada pela empresa, criará uma marcação para que o usuário possa ver quem pagou por aquele anúncio, além de uma espécie de biblioteca, que guardará por sete anos todas as publicações pagas relacionadas à política.
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Segundo Katie Harbath, diretora global de engajamento com políticos e governos do Facebook, o Brasil é o segundo país onde os recursos estão sendo lançados, só atrás dos Estados Unidos.
Conforme a legislação eleitoral brasileira, apenas candidatos e partidos podem impulsionar conteúdos relacionados às eleições nas redes sociais, o que significa que uma pessoa física que não é candidata não pode pagar para ter uma postagem de campanha impulsionada. Para criar anúncios eleitorais, o anunciante, seja ele um partido ou um candidato, precisará passar por medidas de segurança, como autenticação no Facebook, envio de documentos de identidade e confirmação da localização no Brasil (para evitar a interferência de agentes externos).
Todos os anúncios pagos relacionados com o pleito de outubro serão identificados com os dizeres “propaganda eleitoral” a partir do dia 16 de agosto, quando a campanha começa oficialmente. Também ficará visível para o usuário o CPF do candidato que pagou por aquela publicação ou o CNPJ do partido.
Também a partir do dia 16, será possível acessar o chamado “Arquivo de anúncios”, que reunirá todos os anúncios eleitorais (ativos e inativos) com seus respectivos preços e informações sobre o público impactado por cada publicação. Os dados ficarão abertos por sete anos.
A medida pode colaborar com a transparência, mas um levantamento do Estadão, que revelou como as páginas anônimas em nomes de candidatos possuem muito mais engajamento dos usuários do que as páginas oficiais dos presidenciáveis, mostra que o Facebook ainda tem muito trabalho a fazer. Numa corrida que tem Jair Bolsonaro e Marina Silva como favoritos nas projeções mas com poucos segundos de tempo de horário eleitoral, o Facebook deve ter papel decisivo. Qualquer medida anunciada pela empresa californiana, portanto, conta. A ver como a nova diretriz afeta a dinâmica eleitoral nas próximas semanas.